A ONU (Organização das Nações Unidas) e seus parceiros humanitários divulgaram um plano de resposta para ajudar a população da Somália, que enfrenta a terceira seca consecutiva em 30 anos.
A estimativa é de que 7,7 milhões de somalis precisarão de ajuda humanitária no próximo ano, aumento de 30% em comparação com 2021. O plano busca levantar US$ 1,5 bilhão para levar auxílio aos 5,5 milhões de somalis mais vulneráveis.
Para atender às necessidades imediatas geradas pela seca, a ONU vai utilizar US$ 17 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF), numa campanha que já investiu US$ 52 milhões contra a crise no país. Além disso, outros US$ 60 milhões foram arrecadados entre os doadores do Fundo Humanitário da Somália.
De acordo com o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, a nova alocação do Cerf ajuda a evitar outra catástrofe humanitária, permitindo o aumento da ajuda nas operações críticas. Segundo ele, as doações também são fundamentais para conter o aprofundamento da fome e pobreza.
A Somália enfrenta um conflitos que se estende por décadas, além de choques climáticos e de doenças. Segundo o escritório da ONU no país, pelo menos sete em cada dez somalis vivem abaixo da linha da pobreza.
O conflito e a insegurança forçaram mais de 540 mil pessoas a abandonar suas casas neste ano. Mais de 2,9 milhões de pessoas estão deslocadas internamente e a maioria precisa de ajuda para sobreviver. Mulheres e meninas são metade dos deslocados e correm risco elevado de violência sexual e abuso. Segundo projeções da ONU, a seca pode deslocar mais 1,4 milhão de somalis nos próximos seis meses.
Sem um aumento da assistência, cerca de 3,8 milhões de pessoas, incluindo as afetadas pela seca, devem enfrentar crises ou níveis de insegurança alimentar ainda piores que poderiam impactar 4,6 milhões de pessoas até maio de 2022.
A morte de rebanhos, aumento no preço dos alimentos, água e combustível também afetam os somalis. A produção agrícola em janeiro está projetada para ser entre 50% e 70% abaixo dos últimos 10 anos média.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News