Produtos médicos traficados matam 267 mil pessoas por ano na África Subsaariana

OMS alerta para a oferta de medicamentos falsificados ou de qualidade inferior para tratar doenças como malária ou pneumonia

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) divulgou um relatório sobre tráfico de produtos médicos. O documento aponta que, somente na África Subsaariana, cerca de 267 mil mortes estão ligadas a medicamentos contra malária falsificados ou de qualidade inferior. Até 169.271 são causadas por antibióticos falsos e abaixo do padrão usados para tratar pneumonia grave em crianças.

O tráfico de produtos médicos tem um impacto econômico direto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o custo de cuidar de pessoas que usam esses produtos contra a malária, por exemplo, varia de US$ 12 milhões a US$ 44,7 milhões por ano na África Subsaariana.

Nos países do Sahel e seus vizinhos, a alta prevalência de doenças infecciosas, incluindo a malária, bem como a falta de acesso e oferta no setor de saúde levam as pessoas a lançar mão de canais informais e perigosos para se medicar.

Bebê é testado para malária no estado de Adamawa, na Nigéria (Foto: Unicef/Andrew Esiebo)

A desigualdade entre a demanda e a oferta de produtos farmacêuticos regulamentados abre espaço para o tráfico, incentiva o envolvimento de grupos criminosos organizados e alimenta a ameaça contínua à segurança e à saúde pública nos países do Sahel.

Entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021, pelo menos 605 toneladas de diferentes produtos médicos foram apreendidas na África Ocidental durante operações internacionais. Os itens geralmente chegam ao seu destino por meio dos principais canais de comércio internacional.

Uma vez na África Ocidental, os produtos médicos traficados chegam aos países do Sahel por meio de contrabandistas que seguem as principais rotas tradicionais de tráfico usando ônibus, caminhões e carros particulares.

Aproximadamente 80% de todo o comércio global em volume e mais de 70% do comércio global em valor são transportados por via marítima.

Devido à familiaridade única com o terreno, os contrabandistas também seguem rotas secundárias para evitar os controles de fronteira.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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