Tanzânia integra ajuda a Moçambique em operação contra Estado Islâmico

Grupo jihadista avança sobre a província fronteiriça de Cabo Delgado, rica em gás natural, desde 2017

Militares da Tanzânia somaram forças com o Exército de Moçambique no combate aos insurgentes ligados ao Estado Islâmico na província moçambicana de Cabo Delgado, confirmou a Bloomberg no domingo (22).

O grupo extremista avança sobre a região, na fronteira entre os dois países do sudeste africano. Entre os objetivos dos ataques está o recrutamento de novos membros e o saque de comunidades.

O acordo entre Maputo e Dodoma foi selado na sexta (20) em um encontro entre o inspetor geral de polícia tanzaniano Simon Sirro e seu homólogo moçambicano, Bernardino Rafael.

Tanzânia integra ajuda a Moçambique em operação contra Estado Islâmico
O inspetor-general da Tanzânia, Simon Sirro, assina o acordo de apoio a Moçambique no combate ao Estado Islâmico em Cabo Delgado, em novembro de 2020 (Foto: Twitter/Bete TV)

A reunião é mais uma tentativa em tentar conter o avanço dos extremistas islâmicos na região, rica em gás natural. No início do mês, o grupo decapitou cerca de 50 pessoas em um campo de futebol após ataques.

Os atentados dos jihadistas islâmicos já colocam Moçambique entre os territórios de maior incidência de terrorismo do mundo. O país subiu oito lugares e ocupa a 15ª posição do Índice Mundial do Terrorismo, publicado nesta quarta (25).

Mais de 500 mil já se deslocaram

Autoridades estimam que mais de 2,3 mil cidadãos de Cabo Delgado morreram em meio a brutalidade do EI desde o início da insurgência, em 2017. A violência já forçou o deslocamento de 500 mil pessoas.

Além da Tanzânia, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral já se comprometeu em ajudar Moçambique a conter a violência. Outras nações ocidentais, como França e Portugal, também ofereceram assistência.

Até agora, as forças moçambicanas tentam em vão conter o EI. Em agosto, o governo registrou a morte de diversos soldados durante uma ofensiva contra os jihadistas.

Os ataques começaram ainda em 2017, mas se intensificaram neste ano depois que o grupo paramilitar Ahulu Sunnah Wa-Jama jurou fidelidade ao EI.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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