Uganda diz ter matado ao menos 11 insurgentes ligados ao EI na fronteira com a RD Congo

Troca de tiros deixou ao menos três civis feridos, e muitos moradores da região foram forçados a fugir de suas casas

Um confronto interfronteiriço terminou com a morte de ao menos 11 insurgentes ligados à organização extremista islâmica ADF (Forças Democráticas Aliadas, da sigla em inglês), que diz servir ao Estado Islâmico (EI). Eles teriam sido mortos por soldados de Uganda perto da linha divisória com a República Democrática do Congo, de acordo com a agência Reuters.

Na terça-feira (13), as forças armadas ugandenses afirmaram que entre 20 e 30 combatentes das ADF provenientes da RD Congo cruzaram o rio Semiliki rumo ao distrito de Ntoroko, em Uganda, dando início a uma troca de tiros como os militares.

“Nossa inteligência ficou sabendo e eles foram interceptados. Uma luta está em andamento para lidar decisivamente com o grupo. Onze deles foram colocados fora de ação”, disse o porta-voz das Forças de Defesa do Povo de Uganda (UPDF), Felix Kulayigye, no Twitter.

Durante a troca de tiros, ao menos três civis ficaram feridos, e muitos moradores da região foram forçados a fugir de suas casas. Posteriormente, novos relatos que surgiram no Twitter, esses sem confirmação oficial, elevaram o número de extremistas mortos para 28. Também há relatos de que civis teriam morrido no embate, segundo o jornal local Daily Monitor.

Carro da ONU queimado em ataque da ADF em 2014, na RD Congo (Foto: Sylvain Liechti/UN Photo)
Por que isso importa?

As ADF constituem uma organização paramilitar originária de Uganda acusada de estar por trás de milhares de mortes nos últimos anos. O grupo nasceu em 1995, como oposição ao presidente Yoweri Museveni, e tem atuando majoritariamente em áreas remotas. Com o tempo, a facção ultrapassou a fronteira e passou a agir também na RD Congo.

O grupo foi colocado na lista de sanções financeiras por Washington, classificado como terrorista, e declarou publicamente ser um braço do EI, que por sua vez assumiu a responsabilidade por alguns de seus ataques.

No começo de maio de 2021, o governo congolês decretou lei marcial em Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, de modo a estancar a violência atribuída aos rebeldes. Porém, o número de civis mortos só cresceu, com relatos também de sequestros e saques realizados pelos insurgentes.

Cerca de três meses depois, em agosto do ano passado, o atual presidente congolês Felix Tshisekedi declarou que forças especiais dos Estados Unidos seriam enviadas à região a fim de estudar a viabilidade de instalação de uma unidade antiterrorismo para o enfrentamento da violência islâmica.

Tags: