Colômbia já registra 42 massacres e 50 ativistas mortos desde o início de 2020

Número aumentou quase dez vezes desde julho; grupos criminosos ordenam os ataques para controlar o território

A Colômbia registrou, desde o início do ano, 42 massacres e 50 assassinatos de líderes sociais, incluindo mulheres e indígenas, informou o Escritório de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).

As Nações Unidas já haviam alertado sobre o aumento de violência na Colômbia em julho. Até então, o país registrava cinco massacres e quatro líderes mortos. Em menos de três meses, o número é quase dez vezes maior.

A maioria dos ataques ocorre em áreas com pouca ou nenhuma presença do Estado, altos índices de pobreza, venda de ilícitos e disputas entre grupos armados e organizações criminosas.

Colômbia já registra 42 massacres e 50 ativistas mortos desde o início de 2020
Armas confiscadas de então combatentes das Farc, na Colômbia (Foto: Renata RuÌz/UN Photo)

A estimativa é que mais de 37 mil pessoas já tenham se deslocado desde o início dos confrontos armados na Colômbia.

Com o início da pandemia, facções criminosas intensificaram a disputa por território e controle do mercado clandestino local. Mais de 70% dos deslocados saiu de quarto departamentos, o equivalente aos estados brasileiros: Nariño, Chocó, Antioquia e Norte de Santander.

Assassinatos de ex-combatentes

Ex-combatentes também são alvos de massacres na Colômbia. De acordo com a ONU, há registro de 19 militares aposentados assassinados desde julho. Em todo o ano, são 50 mortos após ataques de criminosos.

Desde a assinatura do acordo de paz da Colômbia, em setembro de 2016, foram 297 ataques contra ex-combatentes de operações contra as FARCs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Do total, 224 morreram e 20 continuam desaparecidos.

Desde então, todos os nove mil ex-integrantes contam com medidas de proteção do Estado colombiano.

A ONU reiterou que a violência no país atrasa a implantação efetiva do acordo de paz e pediu ao governo da Colômbia que tome providências.

“Encontrar maneiras de parar a violência é essencial para cumprir a promessa do acordo”, disse o chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, ao Conselho de Segurança.

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