Após massacre, manifestantes mobilizam greve total da Colômbia

Revolta cresceu após ministro da Defesa negar-se a conter violência policial, ordenada pela Suprema Corte

Na Colômbia, manifestantes mobilizam uma greve geral para a próxima segunda-feira (28) após o massacre de 14 pessoas no dia 21, em protestos em Bogotá e em Soacha, na região metropolitana da capital.

Os manifestantes planejam continuar os protestos contra o aumento da violência policial no país em outubro e novembro mesmo em meio à pandemia. A informação é do portal Colombia Reports.

A mobilização se intensificou depois que o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, recusou-se a pedir desculpas. A ordem veio da Suprema Corte, que exigiu a contenção da onda de violência policial.

Após massacre, grevistas mobilizam paralisação total da Colômbia na segunda (28)
Polícia de Bogotá em dezembro de 2013 (Foto: Pixabay)

Holmes afirmou que vai pedir a reversão da ordem da Corte. O ministro tem apoio do presidente, Iván Duque, eleito sob plataforma conservadora “de lei e ordem” e combate duro à guerrilha.

O governo também sustenta que as manifestações foram infiltradas por “dissidências da guerrilha”, coordenadas pelo ELN (Exército de Libertação Nacional) e pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), registrou o jornal El País.

“O Estado de direito está em jogo”, disse a representante da oposição, Katherine Miranda. Na quinta (24), a parlamentar pediu que o Congresso remova o ministro imediatamente.

De acordo com o ex-juiz Iván Velásquez, a Suprema Corte é obrigada a ordenar a prisão de Holmes Trujillo por desacato. “Não há outra opção senão destituir o ministro”, disse.

Apenas em 2019, 115 pessoas foram mortas por forças policiais na Colômbia, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

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