Condenado por dois crimes, presidente do Suriname perde eleição

O presidente Dési Bouterse foi condenado em seu país, onde aguarda decisão de recurso, e na Holanda

O ex-presidente do Suriname Dési Bouterse, condenado por ordenar execuções e por contrabando, perdeu as eleições nacionais no mês passado. A informação é da agência de notícias Reuters.

Bouterse deixa o país da América do Sul em caos econômico. Isso apesar da recente descoberta de vastas reservas de petróleo ao longo da costa da ex-colônia holandesa, de 575 mil habitantes.

Segundo a Al-Jazeera, o país ainda absorve as perdas causadas pela saída da empresa de alumínio norte-americana Alcoa do país. Madeira, ouro e petróleo rendem pouca receita para cobrir as despesas do governo.

As autoridades eleitorais do país anunciaram nesta terça (16) que Chan Santokhi, ex-comissário de polícia e ministro da Justiça, obteve a maioria dos votos e 20 das 51 cadeiras na Assembleia Nacional.

As autoridades eleitorais levaram três semanas para verificar a totalidade dos votos.

Bouterse, ex-militar, chegou ao poder pela primeira vez após o golpe de 1980 e liderou o país por sete anos.

Em 2010, o ex-presidente criou um partido e retornou à presidência democraticamente, e foi reeleito cinco anos depois.

Presidente do Suriname perde eleição e deixa colapso econômico
Ex-presidente do Suriname Dési Bouterse (Foto: Pieter Van Maele/Wikimedia Commons)

Condenações

Bouterse foi condenado por um tribunal no ano passado a 20 anos de prisão por ordenar a execução de 15 adversários que se pronunciaram a tomada do poder após o golpe de 1980.

Por causa de sua imunidade presidencial, Bouterse evitou a prisão. Entrou com um recurso contra a decisão, que deve ser analisada novamente no dia 30 de junho.

Pesam outras acusações contra Bouterse. Em 1999, um tribunal holandês condenou o ex-presidente a 11 anos de prisão por contrabando de drogas. A sentença nunca foi cumprida.

O presidente surinamês ainda pode ser preso em países onde há tratado de extradição com a Holanda.

Onde fica o Suriname (Foto: Google Maps/Reprodução)

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