Na segunda-feira (29), autoridades de inteligência informaram que o Kremlin está utilizando americanos desavisados e empresas de relações públicas na Rússia para espalhar desinformação sobre a corrida eleitoral presidencial dos EUA. Esse movimento faz parte dos esforços mais recentes dos rivais de Washington para influenciar a opinião pública antes do pleito de 2024. As informações são da agência Associated Press.
O alerta surge após semanas turbulentas na política norte-americana, que levaram a Rússia, Irã e China a ajustar suas estratégias de propaganda. No entanto, a determinação desses países em espalhar informações falsas e incendiárias para minar a confiança na democracia americana permanece inalterada, afirmaram as autoridades de inteligência.
Um funcionário do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional alertou que os norte-americanos devem estar cientes de que o conteúdo que lê online, especialmente nas mídias sociais, pode ser propaganda estrangeira, mesmo que pareça vir de outros cidadãos do país ou ser originário dos EUA.

Autoridades afirmaram a repórteres que a Rússia é a maior ameaça de desinformação eleitoral, com o Irã aumentando seus esforços e a China agindo com cautela para 2024. Segundo elas, grupos ligados ao Kremlin estão contratando empresas locais para criar propaganda digital e esconder suas atividades.
Duas empresas foram alvo de novas sanções dos EUA anunciadas em março, sob a justificativa de que elas criaram sites falsos e perfis de mídia social para espalhar desinformação do Kremlin.
A desinformação poderia focar em candidatos, processos de votação ou temas debatidos nos EUA, como imigração, criminalidade ou a guerra em Gaza. O objetivo principal era fazer com que os americanos compartilhassem desinformação russa sem questionar sua origem, pois as pessoas tendem a confiar e repassar informações que acreditam vir de uma fonte local, conforme afirmaram as autoridades na segunda-feira.
Sites falsos criados para imitar veículos de notícias americanos e perfis de mídia social gerados por inteligência artificial (IA) foram alguns dos métodos usados.
“Os agentes de influência estrangeira estão se tornando mais habilidosos em ocultar sua participação e fazer com que os americanos disseminem essas informações”, afirmou o funcionário do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional.