Ao menos cem mil soldados russos foram mortos ou feridos somente nos últimos cinco meses de guerra na Ucrânia. O elevado número recente de baixas consta de um balanço divulgado na segunda-feira (1º) pelo governo dos EUA, com informações reproduzidas pelo jornal The New York Times.

Entre essas cem mil baixas estão cerca de 20 mil combatentes mortos, de acordo com John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. O número de mortos se divide, quase que igualitariamente, ente militares regulares a serviço das forças armadas e mercenários do Wagner Group.

Em fevereiro deste ano, pouco antes de a guerra completar um ano, o mesmo New York Times divulgou outros números, esses obtidos com funcionários do governo norte-americano que falaram sob condição de anonimato. Na ocasião, Washington calculava que a Rússia se aproximava da marca de 200 mil baixas na guerra.

Mais tarde, aquele balanço veio a público através de documentos vazados por um membro da Guarda Nacional, agora preso. Eles apontavam que a Rússia havia sofrido, no primeiro ano de guerra, entre 189,5 mil e 223 mil baixas, incluindo-se aí 43 mil mortos. Já a Ucrânia teria entre 124,5 mil e 131 mil baixas, com 17,5 mil mortos no mesmo período.

Aquele balançou havia sido feito por Washington com base em imagens de satélite, comunicações interceptadas, conteúdo divulgado nas redes sociais e relatos da mídia russa, além dos raros relatórios divulgados pelos dois lados do conflito.

Não está claro como foi feita a estimativa atual, de cem mil baixas em cinco meses. Porém, os dados podem ser explicados pelo fato de que russos e ucranianos travam uma dura batalha pelo controle da cidade de Bakhmut, no leste ucraniano, onde marcam presença os mercenários do Wagner Group sob a liderança de Evgeny Prigozhin, antigo aliado do presidente Vladimir Putin.

Apesar das mortes elevadas, Kirby afirma que o resultado militar das operações russas no leste da Ucrânia não é animador para o Kremlin. “A tentativa da Rússia de uma ofensiva em Donbass, em grande parte por meio de Bakhmut, falhou”, disse o porta-voz. “A Rússia foi incapaz de tomar qualquer território estratégico e significativo real”.

No mais novo relatório não conta uma atualização do número de baixas da Ucrânia. Kirby apenas citou Kiev ao reforçar as acusações contra Moscou. Segundo ele, os ucranianos “são as vítimas”. E acrescentou: “A Rússia é o agressor”.