O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fez duras críticas à Rússia nesta terça-feira (8) por sua oferta de doar grãos a seis nações africanas, proposta a qual considera “insignificante”.
Em uma entrevista à rede RFI, reproduzida pelo Departamento de Estado, Blinken comentou o fato de Moscou estar propondo fornecer grãos para apenas seis países, cerca de 50 mil toneladas.
“Enquanto o Acordo do Corredor de Grãos já entregou 20 milhões de toneladas para nações de baixa e média renda. Em outras palavras, o que os russos estavam oferecendo como compensação pela saída do acordo é uma quantia mínima em comparação com o que os países estavam recebendo e necessitavam.”
O principal diplomata americano também destacou que mais de 50% de todas as exportações processadas no âmbito do acordo foram destinadas à África, incluindo cerca de dois terços do trigo proveniente da Ucrânia.
Em 17 de julho, Moscou suspendeu sua participação no Acordo de Grãos. O pacto foi criado com o intuito de evitar uma possível crise alimentar em meio ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia e mediado por Ancara e pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A Rússia argumentou que não obteve todos os benefícios esperados do acordo, como a remoção de obstáculos às exportações de fertilizantes e a inclusão do Banco Agrícola russo no Swift – Moscou foi excluída do sistema global de pagamentos que movimenta dinheiro entre bancos de mais de 200 países depois de invadir o país vizinho.
No entanto, Blinken confirmou que ele mesmo enviou “cartas de conforto” aos líderes dos principais bancos, garantindo que facilitar as transações com a Rússia no âmbito do Acordo não seria um problema.
“Nossas sanções, desde o primeiro dia, isentaram o trigo russo, os grãos, o transporte, o seguro, tudo o que é necessário para movimentá-los pelo mundo. Como eu disse, queremos que os alimentos e os grãos de todos cheguem a todos os lugares que precisam ir”, disse ele.