Na segunda-feira (17), o Departamento do Tesouro dos EUA (DOT, da sigla em inglês) anunciou sanções contra cinco altos executivos da Intellexa, uma empresa de inteligência cibernética fundada em Israel e de propriedade de um ex-oficial militar israelense, reconhecida por desenvolver spyware comercial, incluindo o conhecido software “Predator“. O programa possibilita o acesso facilitado a quase todas as informações armazenadas em um smartphone. As informações são do Times of Israel.
Autoridades dos EUA e pesquisadores privados afirmam que os produtos da Consórcio Intellexa foram usados em campanhas de vigilância em massa em todo o mundo. Esses produtos, segundo as autoridades, permitem que “usuários sem escrúpulos” rastreiem e coletem informações confidenciais de dissidentes, jornalistas, políticos e figuras da oposição. No caso de ataques bem-sucedidos com o Predator, os operadores têm acesso a informações confidenciais no dispositivo da vítima, como fotos, dados de geolocalização, mensagens pessoais e registros de áudio do microfone.
A Intellexa, fundada em 2019 pelo ex-oficial da inteligência israelense Tal Dilian – que também liderou o desenvolvimento do Predator –, foi alvo de sanções no início deste ano. Dilian e Sara Hamou, especialista em offshoring (prática de transferir parte ou toda a produção ou serviços de uma empresa para outro país, geralmente para reduzir custos, como mão de obra e impostos) que trabalhou com a empresa, foram penalizados, marcando a primeira vez que o governo Biden impôs sanções por uso indevido de spyware.
As sanções, segundo comunicado do DOT, integram os esforços de Washington para combater o uso abusivo de tecnologias de vigilância que comprometem a segurança nacional, os direitos de privacidade e a liberdade de expressão, conforme declarado pela Casa Branca.
As sanções visam cinco indivíduos e uma organização relacionada à Intellexa, uma rede de empresas baseada na Grécia, com subsidiárias na Macedônia do Norte, Hungria, Irlanda e Ilhas Virgens Britânicas.
Entre os executivos citados na declaração está Merom Harpaz, ex-gerente-chave da Intellexa SA, uma das principais empresas do Consórcio Intellexa. Com as sanções, os ativos de Harpaz serão congelados, e ele ficará impedido de entrar nos EUA ou de realizar transações financeiras relacionadas a ele ou a outros executivos e empresas na lista negra. Harpaz, que possui formação pela Universidade de Tel Aviv e pelo Technion, reside na Grécia há quatro anos, segundo seu perfil no LinkedIn.