Groenlândia descarta interesse dos EUA em sua aquisição e reafirma soberania

Primeiro-ministro rejeita publicamente a sugestão de Donald Trump de que os EUA poderiam adquirir a ilha: 'A Groenlândia é nossa'

O governo da Groenlândia rechaçou com firmeza a possibilidade de qualquer aquisição de seu território pelos Estados Unidos, após declarações recentes do presidente Donald Trump sobre o interesse estratégico na ilha. Em resposta, o primeiro-ministro Mute Bourup Egede enfatizou que os groenlandeses são os únicos responsáveis por decidir seu futuro e rejeitou qualquer interferência externa. As informações são do Independent.

A manifestação de Egede veio por meio de um comunicado publicado no Facebook, no qual reiterou a identidade e autonomia do povo groenlandês. “Somos Kalaallit (groenlandeses). Os americanos e seu líder precisam entender isso. Não estamos à venda e não podemos ser simplesmente tomados. Nosso futuro é decidido por nós, aqui na Groenlândia”, escreveu.

O primeiro-ministro também destacou que a Dinamarca, que supervisiona as políticas externa e de defesa da ilha, compartilha dessa posição. “Nem os dinamarqueses”, afirmou, reforçando que tanto Copenhague quanto Nuuk rejeitam qualquer ideia de controle norte-americano sobre a Groenlândia.

Vista de Ravnefjeldet, próximo a Nanortalik, Groenlândia (Foto: WikiCommons)

A polêmica teve início na terça-feira (4), quando Trump declarou que os EUA garantiriam a proteção da Groenlândia “de uma forma ou de outra” e classificou a ilha como essencial para a segurança nacional e global. “Estamos dialogando com todas as partes envolvidas para tentar obtê-la, mas realmente precisamos dela para a segurança internacional, e acho que vamos consegui-la de uma forma ou de outra”, disse o presidente em discurso no Congresso.

Além disso, Trump manifestou apoio ao direito de autodeterminação dos groenlandeses, ao mesmo tempo que indicou um desejo de aproximação. “Se vocês escolherem, serão bem-vindos aos Estados Unidos da América”, declarou.

A Groenlândia, maior ilha do mundo, é um território autônomo da Dinamarca desde 1979. Situada entre os oceanos Ártico e Atlântico, tem sido cada vez mais cobiçada devido à sua localização estratégica e seus vastos recursos naturais.

Localizada na rota mais curta entre a América do Norte e a Europa, a ilha já abrigou bases militares americanas durante a Segunda Guerra Mundial. Recentemente, o interesse por seus recursos minerais, como terras raras, urânio e ferro, aumentou ainda mais seu valor estratégico e levou a Dinamarca a investir na defesa.

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