Médicos temem que o alto percentual de obesos na população do México, dificulte o tratamento contra a pandemia do novo coronavírus, segundo a Al Jazeera. Um terço dos mexicanos é obeso, segundo dados da OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico).
Até esta segunda (20), o país tinha 7,4 mil casos e 650 mortes, de acordo com o informe diário da OMS (Organização Mundial da Saúde).
O pico da transmissão deve chegar nas próximas semanas no país, onde um em sete adultos são diabéticos. A obesidade e a diabetes representam maior possibilidade de que o paciente desenvolva formas graves da Covid-19, segundo estudos feitos na China e nos EUA.
O México, onde 300 mil morem por ano por problemas em decorrência da má alimentação, também é o vice-campeão latino-americano em consumo de alimentos ultraprocessados – biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes, macarrão instantâneo, sucos prontos e achocolatados são alguns exemplos.
Segundo a FAO, agência da ONU para alimentação e agricultura, os mexicanos comem 550 gramas de pratos ricos em gordura, sódio e açúcar, atrás apenas do Chile, com 581 gramas diários.
Esse meio quilo de ultraprocessados representa um terço de tudo que um mexicano come por dia. O motivo pode ser explicado em um estudo de 2015, no qual conclui-se que, no México, a comida fresca, como carnes, legumes e hortaliças, é mais cara nos bairros de menor renda.
Comida e cartel
Nas regiões mais pobres do país, chefes do narcotráfico têm doado comida durante o período de isolamento contra o novo coronavírus – os sacos de alimentos e produtos de limpeza vêm estampados com a marca do cartel, segundo a Reuters.
O presidente Andrés Manuel López Obrador reclamou das doações das “organizações que se dedicam à delinquência”. “Isso não ajuda”, disse, em coletiva na Cidade do México, nesta segunda (20). “O que ajuda é que vocês deixem suas patacoadas.”