Falta “solidariedade” às novas “zonas intensas” do novo coronavírus no mundo: as Américas, puxadas por Brasil, EUA, Chile, Peru e México, segundo Mike Ryan, diretor-executivo da área de emergências da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em entrevista coletiva, Ryan destacou que essas nações figuram entre os dez países com maior número de casos confirmados da doença nas últimas 24 horas.
“Eu certamente caracterizaria que a América Central e do Sul em particular se tornaram intensamente as zonas de transmissão para esse vírus enquanto falamos”, disse Ryan. “Não acredito que tenhamos atingido o pico nessa transmissão. E, neste momento, não posso prever quando atingiremos.”
O especialista da OMS também lembrou a necessidade de resguardar os sistemas de saúde dos países das Américas, que “estão começando a sofrer pressão”.
O país que sofre maior perigo de colapso é o Haiti, mais pobre das Américas. A parca infraestrutura haitiana já foi solapada pelo terremoto de 2010, do qual o país jamais se recuperou.
Na sequência, surtos de cólera e violência urbana completaram o cenário de terra arrasada da saúde do Haiti. Há possibilidade de uma grave crise humanitária no país, onde metade da população de 11 milhões vive abaixo da linha da pobreza.