ONU: Há preocupação com crescente onda de ataques na Venezuela

Porta-voz aponta aumento da violência contra entidades da sociedade civil e jornalistas desde o início de 2021

Este conteúdo foi publicado originalmente na agência ONU News, da Organização das Nações Unidas

A ONU (Organização das Nações Unidas) expressou preocupação com o aumento de ataques a civis na Venezuela. 

O último ocorreu na terça-feira (12) no estado de Zulia, quando integrantes da contrainteligência militar e da polícia regional realizaram uma batida na organização humanitária Azul Positivo.

A porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Marta Hurtado, falou sobre ataques crescentes a jornalistas, defensores de direitos humanos e organizações da sociedade civil. 

ONU demonstra preocupação com crescente onda de ataques na Venezuela
Estudante confronta polícia da Venezuela em protesto na capital, Caracas, em março de 2014 (Foto: WikiCommons/Jamez42)

Segundo ela, policiais apreenderam documentos e prenderam seis funcionários da ONG. Cinco seguem detidos e não têm autorização a se comunicar com suas famílias ou advogados.

Esta é a segunda vez em dois meses que forças de segurança vasculham uma entidade humanitária e submetem funcionários a questionamentos sobre financiamento recebido do exterior.

“Os países não podem impor restrições à habilidade das ONGs de receberem auxílio doméstico, estrangeiro e de fontes internacionais”, disse Hurtado.

Criminosos

Além das batidas, funcionários públicos na Venezuela declaram entidades de sociedade civil como “criminosas”. Desde 8 de janeiro, operações policiais alvejaram pelo menos três locais.

Militares confiscaram equipamentos, intimidaram trabalhadores e interditaram escritórios. Estas batidas ocorreram após jornalistas terem sido assediados e intimidados

As autoridades venezuelanas também emitiram comunicados deslegitimando a mídia. Em consequência, muitos jornalistas com medo começaram a praticar autocensura para escapar da violência no país.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU exortou as autoridades da Venezuela a cessar a perseguição de trabalhadores, sejam do setor humanitário, de direitos humanos ou na imprensa.

“Uma sociedade civil diversa, livre e ativa é fundamental para qualquer democracia. Devemos protegê-la, e não estigmatizá-la”, pontuou Hurtado.

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