Protegendo-se da China, Taiwan busca acordo de livre-comércio com EUA

Livre-comércio com EUA é meta de Taiwan; medida facilita negociação bilateral e impulsionaria investimentos

A contragosto da China, Taiwan já sinalizou que planeja iniciar as negociações para um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos.

A presidente, Tsai Ing-wen, abordou a questão no dia 12, durante o encontro realizado pelas organizações norte-americanas Hudson Institute e Center for American Progress.

O acordo de livre-comércio é uma das principais metas de seu segundo mandato, afirmou a presidente. O aperto de mãos permitiria uma via simples de negociação bilateral, com possíveis reduções de tarifas em produtos, serviços e aumento no fluxo de investimentos.

Cada vez mais longe de Beijing, Taiwan busca acordo de livre-comércio com EUA
Encontro entre a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o secretário de saúde dos EUA, Alex Azar, no início de agosto, em Taipé (Foto: U.S. Department of Health & Human Services)

A iniciativa vem na esteira do recente estreitamento de relações entre Taipé e Washington. Na quinta (20), fontes do Departamento de Defesa dos EUA anunciaram a venda de 66 aeronaves caças a jato F-16 a Taiwan.

Desde o ano passado, empresas como Google e Microsoft aumentaram seus investimentos em Taiwan. Anteriormente, a TSMC (Companhia de Manufatura de Semicondutores de Taiwan, em inglês), também anunciou a construção de uma estrutura ultramoderna no estado do Arizona.

Beijing de fora

Segundo Tsai, as relações comerciais entre os EUA e a ilha foram, por muito tempo, prejudicadas por “detalhes técnicos” estabelecidos por Beijing. “Queremos trabalhar juntos para resolver essas questões de forma segura”, disse a presidente.

A presidente ainda afirmou que a cooperação com os EUA continuará, independente do que pensa o governo chinês.

“Nossos 23 milhões de habitantes têm o direito de determinar nosso próprio futuro, o que é a posição oposta que Beijing assumiu”, pontuou.

Os chineses veem Taiwan como uma “província rebelde” desde 1949 e a ilha tem a autonomia questionada pela China, que considera a região como um ponto sensível na relação China-EUA.

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