Com pandemia, extrema direita argentina pede fim de quarentena e exalta Videla

Manifestações em junho foram motivadas pela extensão no rígido isolamento do presidente Fernández, peronista

A extensão do isolamento obrigatório na Argentina por mais 21 dias, anunciada pelo presidente Alberto Fernández no dia 4 de junho, gerou indignação entre os argentinos contrários à medida de prevenção contra o novo coronavírus.

Segundo o jornal Perfil, no dia 6 de junho, algumas pessoas se reuniram no Obelisco de Buenos Aires, importante monumento da capital do país, para se manifestar contra a decisão de Fernández e negar a pandemia.

Protesto anti-quarentena na Argentina nega pandemia e aclama ditador
Obelisco de Buenos Aires (Foto: Wikimedia Commons)

Mesmo assim, houve quem usasse máscara, recomendada por especialistas para diminuir os riscos de contaminação pelo vírus.

Manifestantes fizeram referências ao ditador Jorge Rafael Videla, um dos artífices do golpe de 1976 golpe no país e presidente durante os primeiros anos da última ditadura argentina.

Videla, que deixou o poder em 1981 morreu em 2013, na prisão. O general cumpria pena pelos crimes cometidos no regime de exceção. Foi encontrado morto, após parada cardíaca, sentado no vaso sanitário.

Ao contrário do Brasil, a Argentina não teve uma Lei de Anistia – o que permitiu a responsabilização desses militares após a transição democrática, em 1983.

Na camiseta de um deles se lia “meu general é necessário”, abaixo de uma foto de Videla, que morreu na prisão enquanto cumpria pena.

Outros manifestantes traziam cartazes com dizeres como “o vírus existe. A pandemia não” e “chega de mentiras, jornalismo mercenário. Máscara igual a focinheira”.

Nas redes sociais, usada para organizar a mobilização batizada de “Argentinazo”, alguns participantes alegavam não quererem “ser a Venezuela”.

Um sábado antes, outro protesto reuniu ainda mais pessoas. Anti-quarentenas e comerciantes foram às ruas em uma “caravana pela liberdade”, pendido a reabertura dos negócios, enquanto médicos exigiam melhores condições de trabalho.

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