A representante da OMS (Organização Mundial da Saúde) no Turcomenistão, Catherine Smallwood, alertou o governo local nesta quarta (15) sobre a necessidade de criar “políticas críticas de saúde pública” para conter o novo coronavírus.
O país, ditadura fechada na Ásia Central, afirma não haver casos da Covid-19 em seu território. A Rádio Free Europe, porém, relata casos de “pneumonia” em todo o país, superlotação hospitalar e profissionais de saúde mortos pela doença.

De acordo com Smallwood, em entrevista coletiva na capital Ashgabat, o governo começou a promover iniciativas como restrições em grandes eventos, mercados e transporte público.
A representante afirmou saber e ter preocupações “quanto às informações de uma doença respiratória aguda ou pneumonia de ‘causa desconhecida'”.
“Recomendamos acompanhamento e sistemas de testagem mais robustos e que amostras sejam enviadas a laboratórios de referência da OMS para confirmação, como a maioria dos países tem feito no início dos seus surtos”, afirmou Smallwood.
‘Desafios logísticos complexos’
A OMS só conseguiu enviar uma delegação ao país após dois meses de tentativas. Foi preciso “superar desafios logísticos complexos, em parceria com o governo turcomeno”, de acordo com declaração da representante.
Desde a chegada, no último dia 7, os representantes da entidade já visitaram hospitais, postos de saúde, laboratórios e três postos de fronteira. Um deles, informou Smallwood, fica na cidade portuária de Turkmenbashi, no mar Cáspio.
O país não registra oficialmente nenhum caso do novo coronavírus, mas tem criado as chamadas “zonas de quarentena” e fechado plantas industriais, segundo a Radio Free Europe.
À população, a justificativa para o uso de máscaras é para “proteção contra a poeira”. As escolas no país continuam abertas desde o início da pandemia.
No último dia 8, um diplomata turco morreu em um hospital de Ashgabat com sintomas do novo coronavírus. A causa mortis foi registrada como pneumonia.
Kemal Uckun, no país desde 2018, teve tosse e problemas pulmonares antes de sua hospitalização, em 27 de junho. A informação é da Radio Free Europe.
