Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
Apenas nos primeiros sete meses, deste ano, mais de 250 mil pessoas cruzaram a pé a selva do Estreito de Darién, na fronteira da Colômbia com o Panamá. A quantidade já equivale ao número recorde de pessoas que fizeram o trajeto em todo ano passado.
A informação é da Organização Internacional para Migrações (OIM) e do alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Ambos os órgãos alertam para o número recorde de pessoas migrantes e refugiadas que realizam a viagem considerada extremamente perigosa.
Dentre as principais nacionalidades compondo este fluxo estão cidadãos de Venezuela, com 55%, Haiti, com 14% e Equador, também com 14%. Também foram identificadas na rota pessoas de países de origem como Afeganistão, China, Nepal e Peru, dentre outros.
As agências da ONU pedem uma ação “integral, regional e colaborativa para abordar os graves riscos de proteção e as necessidades humanitárias urgentes das pessoas em movimento na América Latina e no Caribe.”
Para a diretora regional da OIM para América do Norte, Central e Caribe, Michele Klein Solomon, a perigosa travessia da Selva de Darién “não é apenas um testemunho do desespero e determinação daqueles que buscam uma vida melhor, mas também um lembrete sombrio da urgência de atualizar nossos sistemas migratórios.”
“Direitos e bem-estar em jogo”
Já o diretor-geral do Acnur para as Américas, José Samaniego, informa que a agência está ampliando a assistência humanitária e de proteção para atender às necessidades urgentes de pessoas migrantes e refugiadas.
De acordo com ele, o Acnur está oferecendo assistência em áreas como alimentação, alojamento e atenção médica, levando em conta que para essas pessoas “os direitos e o bem-estar estão em jogo”.
Tanto para a OIM como para o Acnur, o alto índice de travessias reforça a necessidade de uma resposta regional, coordenada com ações nos países de origem e abordando as causas mais profundas dos deslocamentos.