Quantidade de migrantes cruzando a selva de Darién bate recorde de 2022

Mais de 250 mil pessoas fizeram travessia na fronteira entre Colômbia e Panamá este ano, de acordo com as Nações Unidas

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Apenas nos primeiros sete meses, deste ano, mais de 250 mil pessoas cruzaram a pé a selva do Estreito de Darién, na fronteira da Colômbia com o Panamá. A quantidade já equivale ao número recorde de pessoas que fizeram o trajeto em todo ano passado.

A informação é da Organização Internacional para Migrações (OIM) e do alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). 

Ambos os órgãos alertam para o número recorde de pessoas migrantes e refugiadas que realizam a viagem considerada extremamente perigosa. 

Migrantes do Panamá atravessam a fronteira da Colômbia em fevereiro de 2020 (Foto: Unicef/William Urdaneta)

Dentre as principais nacionalidades compondo este fluxo estão cidadãos de Venezuela, com 55%, Haiti, com 14% e Equador, também com 14%. Também foram identificadas na rota pessoas de países de origem como Afeganistão, China, Nepal e Peru, dentre outros.

As agências da ONU pedem uma ação “integral, regional e colaborativa para abordar os graves riscos de proteção e as necessidades humanitárias urgentes das pessoas em movimento na América Latina e no Caribe.”

Para a diretora regional da OIM para América do Norte, Central e Caribe, Michele Klein Solomon, a perigosa travessia da Selva de Darién “não é apenas um testemunho do desespero e determinação daqueles que buscam uma vida melhor, mas também um lembrete sombrio da urgência de atualizar nossos sistemas migratórios.”

“Direitos e bem-estar em jogo”

Já o diretor-geral do Acnur para as Américas, José Samaniego, informa que a agência está ampliando a assistência humanitária e de proteção para atender às necessidades urgentes de pessoas migrantes e refugiadas. 

De acordo com ele, o Acnur está oferecendo assistência em áreas como alimentação, alojamento e atenção médica, levando em conta que para essas pessoas “os direitos e o bem-estar estão em jogo”. 

Tanto para a OIM como para o Acnur, o alto índice de travessias reforça a necessidade de uma resposta regional, coordenada com ações nos países de origem e abordando as causas mais profundas dos deslocamentos.

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