A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, reiterou a soberania do país sobre o território de Essequibo, em disputa com a vizinha Guiana, e acusou o governo de Georgetown de não se dispor a chegar a um acordo.
O pronunciamento foi feito após uma audiência na Corte Internacional de Justiça, no último dia 30, na qual o país não esteve presente. O tribunal analisa se tem jurisdição, que a Venezuela já afirmou não reconhecer, para pacificar o caso.
O litígio entre os dois países existe há séculos, mas ganhou temperatura desde que foi encontrado petróleo na região, hoje nas mãos da Guiana. Se concedida à Venezuela, os guianeses perderiam mais da metade de seu território.
Em 2018, a Guiana entrou com uma ação judicial contra a Venezuela. O pedido era de que o tribunal internacional reconhecesse a validade do acordo que estabeleceu a fronteira em Essequibo, após questionamentos do governo de Nicolás Maduro.

Rodríguez aponta que a Guiana está tentando se favorecer ao procurar validar “no século 21 um acordo fraudulento de 1899”. A declaração foi feita em comunicado divulgado pelo governo.
Para o governo venezuelano, a decisão unilateral da Guiana !assassina o Acordo de Genebra!, sob qual as duas nações são regidas.
Já a Guiana defende a jurisdição da corte no caso. Segundo o advogado que representa o caso, o Acordo de Genebra deixa claro o papel do secretário-geral da ONU caso não haja acordo.
O país aponta ainda a necessidade de procurar o tribunal pois já esgotou todas as outras medidas para tentar solucionar o impasse.