China admite que navio de Hong Kong danificou gasoduto no Mar Báltico

O Balticconnector, que se estende da Estônia à Finlândia, e dois cabos de telecomunicações foram danificados pela âncora da embarcação

O governo da China admitiu que um de seus navios, com bandeira de Hong Kong, foi responsável pela ruptura de um gasoduto no Mar Báltico no dia 8 de outubro do ano passado. A suspeita já havia sido levantada pela Finlândia, e a admissão de Beijing encerra definitivamente o mistério. As informações são do jornal South China Morning Post.

Na ocasião, o gasoduto submarino Balticconnector, que se estende da Estônia à Finlândia, e dois cabos de telecomunicações foram danificados, com danos estimados em 300 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão em valores atualizados).

Imagem dos danos no gasoduto Balticconnector entre Estônia e Finlândia (Foto: WikiCommons)

Uma investigação conduzida pelo governo finlandês atribuiu a responsabilidade a um navio cuja âncora foi encontrada na região. Somente agora, entretanto, Beijing assumiu oficialmente a responsabilidade, considerando o fato de que Hong Kong é um território chinês.

De acordo com o periódico, desde a acusação inicial a China vinha conduzindo sua própria investigação, somente agora concluída. E constatou que de fato o acidente foi causado por um de seus navios, o NewNew Polar Bear, atingido por uma forte tempestade. A embarcação pertence à empresa chinesa NewNew Shipping Line e navegava com bandeira de Hong Kong na ocasião do acidente.

Apesar das constatações, nenhum dos governos envolvidos, seja chinês, estoniano ou finlandês, admite ter enviado ou recebido um documento oficial com o resultado da investigação conduzida por Beijing. Assim, os desdobramentos jurídicos do caso seguem congelados.

Entretanto, Anna Zareff, chefe de comunicações do Departamento Nacional de Investigação (KRP, na sigla em finlandês) da Finlândia confirmou que durante a investigação conduzida pela nação escandinava “houve cooperação com as autoridades chinesas” e “um pedido de assistência jurídica às autoridades chinesas competentes.”

Ainda segundo ela, oficialmente o caso continua aberto até que “as medidas investigativas necessárias sejam finalizadas.” Isso, no entanto, “ainda levará algum tempo”, sem estabelecer um prazo definido.

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