China elaborou plano para ataque coordenado contra radares e sistemas de defesa dos EUA

Operação eletrônica é direcionada a alvos estratégicos para enfraquecer grupos de porta-aviões americanos em caso de conflito

Uma unidade de guerra eletrônica do Exército de Libertação Popular (ELP), da China, revelou detalhes de um plano detalhado para atacar os radares, sensores e sistemas de comunicação dos grupos de porta-aviões dos Estados Unidos em um possível cenário de conflito. O objetivo seria enfraquecer as defesas aéreas e a capacidade de resposta americana. As informações são do jornal South China Morning Post.

O relatório, assinado pela especialista Mo Jiaqian, da Unidade 92728 do ELP, analisa o sistema de defesa aérea Capacidade de Engajamento Cooperativo (CEC) da Marinha dos EUA. Essa tecnologia permite que navios compartilhem recursos de defesa e lancem mísseis para interceptar ameaças, mesmo que seus próprios sensores não as detectem.

Apesar da sofisticação, o sistema apresenta uma fragilidade crucial. “Ele depende de links de comunicação sem fio, que podem ser desconectados ou interrompidos por interferência eletrônica”, explica Mo no relatório.

Porta-aviões USS George HW Bush realiza manobras no Mar Jônico, agosto de 2022 (Foto: Flickr/US Navy)

Os radares AN/SPY-1, instalados em navios Aegis e fabricados pela Lockheed Martin, estão entre os principais alvos. Em serviço há mais de 40 anos, esses radares podem ter dificuldade em lidar com novas tecnologias, como drones, que criam falsos alvos para confundir o sistema.

Além disso, a aeronave de alerta antecipado E-2C Hawkeye, fundamental para a coordenação da frota americana, foi identificada como vulnerável. Outro ponto de ataque seria a exploração de transponders militares americanos, permitindo que a China acessasse a rede CEC e executasse ataques diretamente.

“Se a força adversária obtiver informações precisas de acesso à rede, poderá imitar respostas amigáveis e lançar ataques como se fosse uma unidade cooperativa do sistema”, apontou Mo.

Integração militar e civil

A China, maior produtora mundial de dispositivos eletrônicos, tem convertido mais de 90% de suas novas tecnologias civis para uso militar, segundo um estudo recente. Esse avanço foi impulsionado, em parte, pelas sanções impostas pelos EUA a mais de mil empresas chinesas, que acabaram acelerando a integração entre as indústrias civil e militar no país asiático.

Apesar das restrições, a China continua a desenvolver tecnologias mais avançadas e acessíveis, destacando-se como um dos maiores desafios tecnológicos para as forças armadas ocidentais.

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