Em uma medida que sinaliza a retomada de sua abertura ao mundo, a China anunciou, na sexta-feira (23), a expansão de sua política de entrada sem visto para viajantes de mais nove países. A iniciativa faz parte de um esforço do governo chinês para impulsionar o turismo e as viagens de negócios, buscando revigorar uma economia que enfrenta desafios após a pandemia. As informações são da Associated Press.
A partir de 30 de novembro, cidadãos da Bulgária, Romênia, Malta, Croácia, Montenegro, Macedônia do Norte, Estônia, Letônia e Japão poderão entrar na China por até 30 dias sem a necessidade de visto. A novidade foi confirmada por Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma coletiva de imprensa.
Com a adição desses nove países, o número total de nações contempladas pela política de isenção de vistos aumentará para 38. Antes da pandemia de Covid-19, apenas três países possuíam esse privilégio. No entanto, as restrições impostas durante a crise sanitária resultaram na suspensão da medida, que agora está sendo gradualmente restaurada e ampliada.
Aproximação diplomática com o Japão
Entre os países incluídos, o Japão chama atenção como um dos focos da nova política. A reintrodução da isenção de visto para japoneses pode ser vista como um passo na direção de melhorar os laços entre os dois países, que enfrentaram tensões diplomáticas nos últimos anos. A relação se desgastou, em parte, devido a declarações do Japão sobre Taiwan e à liberação de água tratada, mas ainda radioativa, da usina nuclear de Fukushima.
“Esperamos que esta medida facilite ainda mais os intercâmbios entre Japão e China”, afirmou o secretário-chefe de gabinete japonês, Yoshimasa Hayashi, em entrevista coletiva em Tóquio. O período de estadia sem visto para japoneses, que antes era de 15 dias, foi ampliado para 30, refletindo a disposição de Beijing em aprofundar as interações bilaterais.
Foco em intercâmbios e relações internacionais
Além do incentivo ao turismo, a China também ampliará a elegibilidade para entrada sem visto a participantes de programas de intercâmbio cultural e acadêmico, uma iniciativa para promover maior conectividade global.
Recuperação pós-pandemia
Durante a pandemia, a China foi um dos países que implementou as restrições de entrada mais rigorosas do mundo, afetando significativamente seu setor de turismo. A reabertura começou de forma lenta, com a restauração da entrada sem visto para cidadãos de Brunei e Singapura em julho de 2023. Já em dezembro de 2022, seis países europeus, como França, Alemanha e Espanha, passaram a integrar a lista.