Confrontos entre militares e rebeldes muçulmanos matam sete nas Filipinas

Segundo o exército, combates eclodiram após soldados confrontarem membros da Frente Moro de Libertação Islâmica que entraram em uma vila, violando acordo de paz

Sete pessoas morreram durante confrontos entre militares e rebeldes muçulmanos no sul das Filipinas iniciados na terça-feira (8), relataram autoridades locais nesta quinta (10). O episódio é tido como um dos piores enfrentamentos desde a assinatura de um acordo de paz há oito anos. As informações são do portal The Defense Post.

O fogo cruzado ocorre na ilha de Basilan e teve início após uma “falha de comunicação” entre soldados e membros do grupo jihadista Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLN), de acordo com o exército.

Segundo as forças filipinas, a turbulência teve início após membros armados da milícia serem vistos entrando na vila de Ulitan, violando o acordo de paz. Um rebelde teria atirado nos soldados que foram verificar a situação, provocando os confrontos, segundo o general Domingo Gobway.

Em 2014, o FMLN aceitou um pacto de paz histórico proposto pelo governo filipino. Em troca do fim dos ataques, os separatistas tornaram-se gestores de uma região autônoma no sul do país, onde vive a minoria muçulmana filipina, país de maioria católica, incluindo Basilan, atual campo de batalha. Enquanto isso, o processo de desarmar os 40 mil combatentes jihadistas se arrasta.

Soldado da polícia das Filipinas em treinamento junto do exército dos EUA em Puerto Princesa, agosto de 2014 (Foto: U.S. Army/Christopher Hubenthal)

Carlito Galvez, conselheiro de paz presidencial e ex-chefe militar, se mostrou “profundamente preocupado” com a situação. Segundo ele, esforços para acalmar as tensões estão em andamento.

“Não podemos permitir que este último incidente em Basilan comprometa os grandes ganhos que alcançamos ao longo dos anos”, tuitou Galvez nesta quinta (10).

Do outro lado, o negociador-chefe da organização jihadista, Mohagher Iqbal, descreveu a alegada falha de comunicação como “infeliz”. De modo a estancar uma escalada na situação, ele pediu a interrupção imediata do confronto.

Segundo números separados fornecidos pelo exército e pelo FMLN, 14 soldados e três rebeldes ficaram feridos. A luta continuou nesta quinta-feira, segundo Gobway.

Esta é a pior situação desde 2015, quando 44 comandos policiais foram mortos por rebeldes muçulmanos durante uma operação antiterrorista na cidade de Mamasapano, no sul do país.

Durante décadas, as Filipinas de maioria católica foram atormentadas por insurgências violentas, incluindo uma revolta separatista liderada por muçulmanos que matou mais de 100 mil pessoas.

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