EUA e Europa lideram ingestão diária de calorias, com a África em último lugar

Brasil é o maior exportador líquido de comida no mundo, sendo China, Japão e Reino Unido os maiores importadores

A ingestão diária de calorias por pessoa em todo o mundo aumentou 9% em média no ano passado, para 2.960 calorias por dia. A informação foi divulgada na segunda-feira (12) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em seu último relatório anual de estatísticas.

A descoberta está de acordo com uma tendência que mostra que as pessoas em todas as regiões do mundo estão comendo mais calorias desde o ano 2000, com o pico mais alto registrado nos países asiáticos em 2021.

A Europa e a América do Norte consumiram mais calorias no ano passado, 3.540 por dia, enquanto as nações africanas consumiram menos: 2.600. A contagem de calorias da Oceania foi a mais próxima da dos Estados Unidos e da Europa, em torno de 3.150.

Crianças se alimentam em escola na zona rural de Laos, novembro de 2012 (Foto: World Bank/Bart Verweij)
Planeta mais quente

Dados da agência da ONU também indicam que as temperaturas médias em 2021 foram mais de 1,4ºC mais altas do que entre 1951 e 1980. A Europa experimentou a maior mudança de temperatura, seguida pela Ásia, enquanto a Oceania relatou a menor mudança.

As emissões de gases de efeito estufa em terras agrícolas também diminuíram 4% entre 2000 e 2020, disse a FAO, com 70% gerados em fazendas.

O Anuário Estatístico 2022 da agência da ONU também observou que, enquanto o gado emite cerca de 50 vezes mais dióxido de carbono do que as galinhas, o cultivo de arroz emite cinco vezes mais carbono na atmosfera do que o trigo e os grãos grossos.

Dados da agricultura

Com base em dados de mais de 20 mil indicadores que cobrem mais de 245 países e territórios, os analistas da FAO descobriram que 866 milhões de pessoas trabalham na agricultura hoje. Esse número equivale a mais de um quarto do mercado de trabalho global, e seu valor é de US$ 3,6 trilhões.

Em comparação com o ano 2000, o número atual representa “um aumento de 78% no valor econômico, produzido por menos 16% de pessoas. A África regista o dobro desse ritmo de crescimento”.

Desde 2000, a produção de culturas primárias, como cana-de-açúcar, milho, trigo e arroz, cresceu 52% de 2000 a 2020, atingindo 9,3 bilhões de toneladas. A produção de óleo vegetal aumentou 125% durante esse período, com a produção de óleo de palma em 236%. A produção de carnes, liderada pelo frango, cresceu 45%, enquanto frutas e vegetais cresceram 20% ou menos.

Entre o número vertiginoso de fatos fornecidos pela FAO que poderiam facilmente surgir em um jogo de perguntas e respostas, a cana-de-açúcar é a maior colheita do mundo em volume, com 1,9 milhão de toneladas anuais. O milho vem a seguir, com 1,2 milhão de toneladas. Além disso, as exportações globais de alimentos aumentaram para US$ 1,42 trilhão, um aumento de 3,7 vezes desde a virada do século.

Em todo o mundo, os maiores países exportadores de alimentos em termos brutos são os EUA, a Holanda e a China. Os maiores exportadores líquidos, que exportam mais do que importam, foram, de longe, Brasil, Argentina e Espanha. Os maiores países importadores líquidos foram China, Japão e Reino Unido.

Incríveis 4,74 bilhões de hectares da superfície do planeta são terras agrícolas, incluindo prados e pastagens, bem como plantações. No entanto, a área total utilizada para a agricultura caiu 3% desde o ano 2000 e é seis vezes menor per capita do que na virada do século, com a África novamente na liderança.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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