Libertado, jornalista norte-americano revela tortura durante detenção em Mianmar

Nathan Maung foi torturado e mantido vendado enquanto era interrogado, numa detenção que durou mais de três meses

Após três meses detido pelas forças de segurança de Mianmar, o jornalista norte-americano Nathan Maung foi libertado e retornou aos Estados Unidos, de acordo com a agência Reuters

Maung contou que, durante o período de detenção, foi torturado e mantido vendado por mais de uma semana enquanto era interrogado. Ele foi detido no dia 9 de março e libertado em 15 de junho. 

“Os primeiros três ou quatro dias foram os piores”, disse Maung. “Fui esmurrado e esbofeteado várias vezes. Não importava o que eu dissesse, eles apenas me batiam. Eles usavam as duas mãos para bater nos meus tímpanos e socavam minhas bochechas dos dois lados. Socavam meus ombros, minhas pernas estavam inchadas… Não conseguia mais me mover”. 

Libertado, jornalista norte-americano revela tortura durante detenção em Mianmar
Nathan Maung (esquerda): três meses de detenção sob tortura em Mianmar (Foto: Reprodução/Twitter)

O jornalista conta que foi detido na redação do site em que trabalha. Algemado e vendado, foi levado à detenção. A tortura só foi interrompida depois que os agressores descobriram se tratar de um cidadão norte-americano. Nascido em Mianmar, Maung imigrou para os EUA nos anos 1990.

Han Thar Nyein, jornalista local que também trabalha no site Kamayut Media, segue detido pelas forças de segurança. Segundo Maung, o colega tem sofrido ainda mais violência durante a detenção.

Fenster segue detido

Maung falou também sobre a situação de outro jornalista dos EUA, Bryan Fenster, que segue detido. Ele foi o quarto jornalista estrangeiro preso desde o golpe militar que derrubou o governo em 1º de fevereiro. Antes dele, foram detidos o polonês Robert Bociaga e o japonês Yuki Kitazumi, além de Maung.

De acordo com Maung, os agentes de segurança informaram a Fenster que não existem acusações contra ele e que será libertado “quando as coisas se acalmarem”, segundo palavras da Reuters. Ele está preso há mais de um mês e na semana passada teve a primeira autorização para conversar com a embaixada norte-americana.

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