Mianmar tem mais de 6 milhões de pessoas que precisam de ajuda humanitária

Inflação e preço de combustíveis e alimentos em alta desde maio colocam a população em profunda dificuldade socioeconômica

Mais de 6,2 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária urgente em Mianmar, e a ONU (Organização das Nações Unidas) busca uma forma de fazer com que a assistência seja entregue

Com a inflação e os preços de combustíveis e alimentos disparados desde maio, a população está em profunda dificuldade socioeconômica.

Ao todo, são mais de 1,2 milhão de deslocados internos em Mianmar. Deste total, 866 mil birmaneses passaram à condição por causa do golpe militar de fevereiro

Antes mesmo da intervenção, o país do sudeste asiático já tinha 346 mil deslocados por conflitos anteriores, a maioria do Estado de Rakhine.

O Ocha (Escritório de Assistência Humanitária da ONU) informa que metade das pessoas que precisam de ajuda recebeu a atenção. Porém, para chegar às comunidades mais carentes será preciso melhorar o acesso e o financiamento.

Migrantes de Laos e Mianmar fazem fila por doações em Bangkok, Tailândia (Foto: ILO Asia-Pacific)

Até este 1º de agosto, somente 13% do apelo havia sido coberto, deixando uma brecha de US$ 719 milhões. Todos os centros de apoio estão subfinanciados e sem recursos, e as operações não têm como continuar.

O aumento da tensão no Estado de Rakhine também preocupa a ONU, que já está agilizando planos de contingência.

A instabilidade e insegurança no sudoeste e noroeste do país, além dos deslocamentos, estão agravando problemas mentais entre crianças e cuidadores. A necessidade de proteção de crianças está aumentando na região.

No norte, o Estado de Shan está registrando casos de recrutamento forçado, extorsões e de explosão de minas terrestres, aumentando o risco para os deslocados internos.

Na semana passada, a junta militar executou quatro presos políticos, incluindo o ex-deputado Phyo Zeya, colaborador da vencedora do Prêmio Nobel da Paz e líder da Liga Nacional pela Democracia Aung San Suu Kyi.

O secretário-geral da ONU emitiu uma nota condenando as execuções e pedindo a libertação imediata de todos os presos políticos em Mianmar, entre eles Aung San Suu Kyi e o presidente do país, Win Myint.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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