No sul da Ásia, Nepal é país mais afetado pela queda de remessas de emigrados

Um quatro da receita nacional vem de dinheiro enviado por trabalhadores no exterior; com crise, queda será de 14%

No sul da Ásia, o Nepal é o país que mais sofrerá com a queda das remessas enviadas por trabalhadores emigrados. A receita extra representa um quarto do produto interno bruto e bateu US$ 8,1 bilhões em 2019.

A estimativa do Banco Mundial é de que o valor enviado ao pequeno país, no Himalaia, diminua cerca de 14% neste ano.

Por sua alta dependência desse recurso, a economia nepalesa sofrerá o baque mais forte com a diminuição.

Com o fluxo menor de recursos, cerca de metade das 5,4 milhões de famílias nepalesas serão afetadas. O dado, do governo local, foi divulgado pela Al-Jazeera.

No sul da Ásia, Nepal é país mais afetado pela queda de remessas de emigrados
Homem vende cerâmica artesanal em Bhaktapur, no Nepal (Foto: UN Photo/Gill Fickling)

A maior parte dos nepaleses trabalha na Índia, na Malásia ou em países do Golfo, como Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita. Entre eles, Malásia e Emirados Árabes respondem por 60% dessas remessas.

Além da recessão global, os envios de dinheiro aos parentes no Himalaia também devem encolher graças à queda nos preços do petróleo. Entre as famílias nepalesas, 56% recebe dinheiro de algum parente emigrado.

Um estudo do centro de pesquisa Instituto para Estudos Integrados de Desenvolvimento, baseado na capital nepalesa Kathmandu, apurou em quais funções esse emigrados encontram trabalho no exterior.

Quase seis em cada dez trabalham em atividades de baixa remuneração. Entre elas estão funções como carregador, entregador, vendedor, atendente ou em lavanderias.

O Banco Mundial estimou no mesmo relatório que as remessas em todo o mundo terão queda de 20% em 2020, sobretudo em decorrência da crise do coronavírus. No total, serão enviados US$ 445 bilhões, contra US$ 554 no ano passado.

Depois do Nepal, os países mais dependentes de remessas na região são Sri Lanka e Paquistão. Em ambos, os envios representam cerca de 8% do PIB.

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