O governo do Afeganistão e o Taleban concordaram em seu reunir em Doha, no Qatar, para negociar um cessar-fogo e uma resolução para o conflito político no país.
A data do encontro ainda não foi acertada, segundo informações divulgadas pela Voice of America após consultas a fontes dos dois lados do conflito.
Também em Doha ocorreu o encontro entre o Taleban e os Estados Unidos, que levou ao acordo firmado em fevereiro deste ano. Washington deve retirar todas as tropas, aliados e civis não-diplomáticos do Afeganistão em um prazo de 14 meses.
Em contrapartida, os insurgentes devem evitar que grupos terroristas como Al-Qaeda e Estado Islâmico utilizem territórios afegãos controlados pelo Taleban para ataques contra os norte-americanos e seus aliados.
Pelo pacto do Taleban com os EUA, o governo do Afeganistão deve libertar até cinco mil prisioneiros em troca de mil agentes de segurança afegãos detidos pelos insurgentes.
Cabul já libertou três mil, e o presidente Ashraf Ghani afirmou que o restante será liberado em pouco tempo. O Taleban libertou menos de 600 detentos.
Ataques
Oficiais afegãos afirmaram no domingo (14) que o aumento dos ataques do Taleban no país, apenas na última semana, já matou e feriu mais de 400 agentes da força de segurança do governo.
Eles acusaram os insurgentes de participar dos recentes bombardeios a mesquitas que mataram religiosos afegãos relevantes no país. O Taleban nega o envolvimento nos ataques a mesquitas, mas assume as investidas contra as forças de segurança.
Na última semana, o governo afegão afirmou que o Taleban realiza uma média de 30 ataques por dia às forças de segurança. A nova onda começou com o fim do cessar-fogo após a celebração do fim Ramadã, o Eid-ul-Fitr.
Segundo o canal afegão Tolo News, as autoridades afegãs tinham esperança de que o cessar-fogo permanecesse mesmo após o fim da celebração muçulmana.
Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que o governo afegão lançou um ataque contra os insurgentes um dia após o fim do cessar-fogo. O Taleban teria retaliado o ataque.