ONU pede acesso humanitário e fundos para Mianmar após nova onda de violência

Conflito aumentou o número de deslocados, enquanto as restrições de acesso prejudicam a assistência humanitária à população

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A ONU (Organização das Nações Unidas) afirma estar alarmada com os relatos de ataques a um campo para pessoas deslocadas no estado de Kachin, norte de Mianmar, na segunda-feira (9).

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se disse chocado com os relatos do assassinato de dezenas de civis no atentado a bomba e afirmou que deve haver responsabilização.

O chefe da ONU condenou todas as formas de violência, incluindo a intensificação dos ataques militares em todo o país, que aumentam a instabilidade regional. Ele adicionou que os civis devem ser protegidos, de acordo com o direito humanitário internacional.

Migrantes de Laos e Mianmar fazem fila para receber doações em Bangkok, Tailândia (Foto: ILO Asia-Pacific)

De acordo com o porta-voz Farhan Haq, a região assistiu a uma escalada dos combates nos últimos meses, provocando um aumento no número de deslocados, bem como o agravamento das necessidades e das preocupações com a segurança.

Acesso à ajuda humanitária

Este incidente afetou uma aldeia e um campo de deslocados que abriga mais de seis mil pessoas. Segundo a ONU, as organizações humanitárias enfrentam severas restrições de acesso nesta parte de Kachin há muitos anos. 

Por isso, as Nações Unidas pedem acesso seguro e desimpedido para prestar assistência eficiente às comunidades deslocadas.

O Escritório da ONU para os Assuntos Humanitários (Ocha) afirma que, de acordo com relatórios de parceiros humanitários, 30 pessoas deslocadas internamente e outros civis foram mortos e dezenas de outros ficaram feridos. 

Para a organização, o incidente de segunda-feira destaca os perigos enfrentados pelos quase dois milhões de deslocados em Mianmar, incluindo 1,7 milhão de pessoas que fugiram das suas casas devido ao conflito e à insegurança desde fevereiro de 2021.

O Plano de Resposta Humanitária para Mianmar, que prevê quase US$ 890 milhões, recebeu apenas 28% do financiamento.

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