A inteligência da Coreia do Sul fortaleceu as alegações de que Kim Ju-ae, filha do líder norte-coreano Kim Jong-un, vem sendo treinada para suceder o pai, segundo relatou a rede Deutsche Welle (DW). A jovem, que acredita-se ter 11 anos de idade, tem aparecido com frequência cada vez maior em eventos oficiais.
Os relatos provenientes de Seul jogam luz sobre uma das inúmeras questões obscuras na Coreia do Norte. Mesmo informações essenciais sobre os familiares de Kim Jong-un são escassas, e a idade real de sua filha mais velha é apenas uma especulação.
Nos últimos meses, no entanto, parte do mistério vem sendo desfeito com a aparição de Ju-ae em eventos oficiais ao lado do pai. Como no lançamento de um satélite de espionagem militar em maio do ano passado, quando pai e filha foram fotografados pela agência ne notícias estatal KCNA. De lá para cá, a mídia do regime divulgou várias imagens da jovem, sem fornecer qualquer informação complementar.

A rigidez é tamanha que em fevereiro do ano passado a rede Radio Free Asia (RFA) relatou que o nome dela, a partir dali, seria exclusivo. Ou seja, nenhuma outra mulher do país poderia se chamar Ju-ae, segundo relatos de fontes em Pyongyang que por segurança mantiveram o anonimato.
Na ocasião, uma das fontes disse que Ju-ae é um nome “da mais alta dignidade”, por isso passou a ser proibido que outras o adotem. Mesmo mulheres ou meninas que tivessem adotado o nome antes do veto teriam que seguir a lei, mudando suas certidões de nascimento.
Soo Kim, uma ex-analista da CIA, falou ao site Insider à época que o nome de Kim Jong-un também é proibido, mas a decisão de alterá-lo era “voluntária”. “Mas, como sabemos, poucas coisas são voluntárias na Coreia do Norte, especialmente quando se trata de ordens da liderança”, disse ela, acrescentando que a proibição relativa à filha não é “nada fora do comum” no país.
No caso da sucessão, analistas avaliam que a ideia de exibir Ju-ae publicamente ajuda a colocar fim a qualquer disputa interna. Assim, Kim Jong-un fortaleceria o que parece uma campanha para tornar a liderança nacional algo próximo de uma monarquia, com os primogênitos assumindo o poder, como o próprio líder o fez após a morte de Kim Jong-il.