Seul impõe sanções inéditas a sul-coreano que apoiou o programa nuclear de Pyongyang

Esquema envolve uma empresa da Mongólia e outra da Rússia que fizeram transações para driblar as sanções impostas pela ONU

A Coreia do Sul anunciou a imposição de sanções inéditas a um de seus cidadãos, sob a acusação de ajudar o regime comunista da Coreia do Norte a contornar os vetos do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) ao programa de armas nucleares de Pyongyang. As informações são da rede Voice of America (VOA).

Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Seul, Choi Chon Gon teria aberto em 2019 uma empresa de fachada na Mongólia, a Hanne Ulaan, para fechar negócios irregulares em benefício de Pyongyang. Um dos parceiros teria sido a Epsilon, uma empresa da Rússia igualmente acusada de negociar com os norte-coreanos.

Presidentes da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e da Rússia, Vladimir Putin, em 2019 (Foto: WikiCommons)

Choi, que já estava sob investigação na Coreia do Sul quando ainda vivia no país, conseguiu fugir e atualmente vive em Vladivostok, a maior cidade portuária da Rússia, que faz fronteira com a China e a Coreia do Norte.

As investigações realizadas por Seul indicam que o empresário firmou negócios de até US$ 7,6 milhões em favor do regime comunista, comprando inclusive alimentos.

So Myong, funcionário norte-coreano do Banco de Comércio Exterior da Coreia do Norte em Vladivostok, já havia sido sancionado por participar do mesmo esquema. A instituição financeira, por sua vez, está sob sanção da ONU porque é a responsável pelos negócios de Pyongyang em moedas estrangeiras.

O caso foi revelado pelo Conselho de Segurança em 2021, mas somente agora o governo sul-coreano sancionou seu próprio cidadão.

Segundo relatório da ONU, a Mongólia já havia estabelecido que a Hanne Ulaan é “uma empresa de fachada da República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte) com o objetivo de driblar sanções”, diz o documento, acrescentando que as autoridades mongóis chegaram a congelar cerca de US$ 13,8 mil de contas bancárias vinculadas à empresa e a Choi.

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