Empresas russas e chinesas com vínculos militares podem sofrer sanção do EUA

Projeto prevê licença especial para compra de produtos e tecnologias norte-americanas a ao menos 117 organizações

Um suposto projeto de lei ainda não publicado pelo governo dos EUA aponta que qualquer empresa que aparente ter “laços militares” com Forças Armadas estrangeiras poderá ter restrição em compras de produtos e tecnologias norte-americanas.

Em uma lista à qual a agência de notícias Reuters teve acesso, 117 empresas já estariam incluídas nesse pacote de sanções – 89 chinesas e 28 russas. De acordo com o projeto, a lista é apenas um “lance inicial”.

No documento, os EUA identificam as empresas como “usuários finais militares”. Com a designação, fornecedores dos EUA só poderão vender produtos ou serviços por meio de uma licença específica.

Ao alegar laços militares, EUA pode aplicar sanções a empresas russas e chinesas
Teste de jatos russos fabricados com tecnologia chinesa em agosto de 2017 (Foto: Ministério de Defesa da Rússia)

As restrições se aplicam a softwares, equipamentos científicos e peças e componentes a aeronaves. Neste último grupo, a sanção abrange desde suportes para voo até os próprios motores de aviões.

Segundo a Reuters, a empresa Comac (Commercial Aircraft Corp of China Ltd), concorrente de Boeing e Airbus, e a Avic (Aviation Industry Corporation of China) figuram a lista, além de outras dez organizações do setor aeroespacial.

As sanções norte-americanas colocam ainda mais peso à já tensa disputa comercial e tecnológica entre China e EUA.

Questionado, um porta-voz do Departamento de Comércio dos EUA não quis comentar. Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que a China se opõe às sanções do projeto.

“Ao alegar laços militares, Washington viola o princípio da competição de mercado e as normas internacionais para comércio e investimento que afirma defender”, afirmou Zhao.

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