Documentos brasileiros comprovam relação entre Huawei e Skycom até 2012

Huawei afirmou que vendeu Skycom em 2007, mas documentos apontam que trabalho conjunto seguiu até 2012

A relação entre a Huawei e a Skycom – empresa acusada pelos EUA de violar sanções ao Irã – se estendeu até 2012. O prazo é cinco anos a mais de quando a gigante de tecnologia chinesa afirma ter vendido a empresa.

A comprovação está em documentos submetidos ao governo de São Paulo, como revelou uma investigação da Reuters.

O material pode auxiliar o processo movido pelo governo dos EUA contra a Huawei. Segundo as autoridades norte-americanas, a Huawei teria usado a Skycom para contornar sanções impostas ao país do Oriente Médio entre 2007 e 2014.

De acordo com a reportagem, a Huawei controlou a Skycom para vender tecnologias embargadas nos EUA ao Irã.

Documentos brasileiros comprovam relação entre Huawei e Skycom até 2012
Prédio da Huawei em Shenzhen, na China (Foto: Wikimedia Commons)

Os dois sócios principais da Huawei, Ken Hu e Guo Ping, contudo, afirmam que venderam a Skycom em 2007, tornando-a uma “parceira à distância” da Huawei. Eles negam qualquer quebra de embargo.

Com os documentos, é possível identificar um controle maior da Huawei sobre a Skycom no período.

Além disso, quando a Skycom deixou a operação da Huawei Brasil, em 2012, as suas ações foram para outra entidade da gigante chinesa: a Huawei Technologies da Holanda, apontam os registros brasileiros.

EUA x Huawei

O processo dos EUA contra a Huawei ocorre em meio a acusações de espionagem e lobby para barrar o uso da tecnologia chinesa na implantação da nova rede de telecomunicações 5G.

De acordo com Washington, a China pode usar a rede para atacar a infraestrutura dos países e comprometer o compartilhamento de informações sigilosas. Tanto Beijing quanto a Huawei negam qualquer interferência.

A executiva da Huawei, Meng Wanzhou, está em prisão domiciliar no Canadá desde 2018 por conta do processo. No dia 29, ela voltou ao tribunal para pedir a sua libertação.

Os EUA a acusam de integrar um esquema fraudulento para obter produtos e tecnologia proibidos nos EUA para negócios da Huawei no Irã por meio da Skycom. A empresa de Hong Kong foi dissolvida em 2017.

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