Alemanha e França lideram movimento por mais recursos e poder à OMS

Países dizem que Covid-19 não foi combatido o suficiente por OMS; países vão buscar consenso de Washington a Beijing

A Alemanha e a França estão liderando um movimento por mais poderes e maior financiamento à OMS (Organização Mundial da Saúde), reportou a Reuters na quarta (19).

Em carta, Berlim e Paris apontam que a atuação da OMS na prevenção e combate a surtos virológicos não teve apoio suficiente durante a pandemia da Covid-19.

França e Alemanha também afirmam que buscam o consenso “de Washington a Beijing”.

Alemanha e França lideram movimento por mais recursos e poder à OMS
Site da OMS durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em abril de 2020 (Foto: Flickr/Jernej Furman)

“O orçamento geral da OMS, com cerca de US$ 5 bilhões por biênio, equivale ao financiamento de um hospital sub-regional”, disse o documento conjunto.

Hoje, apenas um quinto do orçamento da OMS vem dos recursos dos Estados-membros. O restante depende de contribuições voluntárias.

De acordo com a Reuters, o documento circulou entre diplomatas na segunda semana de agosto. A ideia é levantar a questão durante o encontro anual da ONU, a Assembleia-Geral, que acontece em setembro.

Crítica sem isolamento

O documento expõe o interesse dos dois países em reformar a OMS para fortalecê-la. A intenção é diferente da dos Estados Unidos, que cortou o financiamento e anunciou a sua retirada em julho. Também acusou o diretor, Tedros Adhanom, de ser um “fantoche da China”.

Ainda que França e Alemanha tenham prometido novos fundos à OMS, elas não escondem suas críticas. A ideia dos países europeus é que a organização tenha mais independência.

Alemanha e França lideram movimento por mais recursos e poder à OMS
Usando máscara, homem pega o metrô em Washington, EUA, em imagem de maio de 2020 (Foto: Flickr/Elvert Barnes)

Se os países-membros não honrarem as regras globais de transparência na notificação de doenças, por exemplo, deverão receber sanções, como é o caso da China, disse a Reuters.

Além disso, os especialistas da OMS deveriam ser capazes de investigar e avaliar potenciais surtos antes que eles aconteçam.

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