Os governos dos países da América Latina e do Caribe devem se preparar para enfrentar surtos periódicos do novo coronavírus pelos próximos dois anos. A única solução seria uma vacina, diz a diretora-geral da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Carissa Etienne.
Para assegurar uma resposta eficiente à crise de saúde global, a organização aponta para a liderança, uma boa base de dados e um sistema de saúde robusto como elementos fundamentais.
A Opas recomenda um investimento de pelo menos 6% do PIB para a área de saúde. Cerca de um terço do orçamento de saúde pública deve ser alocado para cuidados primários.
Até 28 de junho, as Américas registraram 4,9 milhões de casos confirmados de Covid-19, com mais de 241 mil mortes. Desde o mês passado, o número de infecções triplicou na região.
Entre as áreas mais afetadas está o Brasil, que já registrou 1,3 milhão de casos da doença e 57,6 mil óbitos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
No Caribe, os pontos de alerta estão no Haiti, com 5,7 mil casos, e na República Dominicana, que já registrou 31,3 mil confirmações. Os dados são da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgados nesta segunda (29).
Economia
Na semana passada, o FMI (Fundo Monetário Internacional) informou que a economia global deverá perder US$ 12 trilhões por causa da pandemia do coronavírus.
Desse total, 10% ocorrerão na América Latina, que terá uma recessão de 9,3%, a pior da história. A recuperação deverá ocorrer apenas em 2021, quando a previsão de crescimento é de 3,7%.
De acordo com a projeção divulgada pelo FMI, a economia do Brasil terá uma retração de 9,1% neste ano. Em 2021, a recuperação econômica é esperada em 3,6%.