A versão original deste artigo foi publicada pela ONU, em inglês.
Hillary Stauffer trabalha para o OCHA (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários) em Bagdá, no Iraque, e está há nove semanas em quarentena na Zona Verde da cidade.
Fortificada por altos muros, a Zona Verde já foi base de Saddam Hussein, mas hoje abriga a maior presença internacional no Iraque. Ali, fica a embaixada dos EUA no país, por exemplo.
Hillary afirma que o isolamento tem sido difícil para os iraquianos, que caracteriza como extremamente sociáveis. “Reuniões em grandes grupos são um estilo de vida”, afirma. O país vive sob toque de recolher e teve as fronteiras fechadas tanto entre províncias como para outros países.
Além disso, o país precisa enfrentar a pandemia diante de um sistema de saúde defasado por anos de conflitos armados e de uma crise política, iniciada no ano passado.
O Iraque tem cerca de 1,4 milhões de pessoas deslocadas internamente, com 25% delas vivendo em campos para desalojados. As dificuldades que já existiam antes do Covid-19 aumentaram com a chegada do vírus.
Para Hillary, a atuação do sistema humanitário tem sido fundamental diante desse cenário. “Logo após o primeiro caso, os humanitários iniciaram as atividades de conscientização, espalhando mensagens em inglês, árabe e curdo”, conta.
Áreas como higiene, alimentação e ensino também foram priorizadas pelos grupos de ajuda humanitária que atuam na região. Outras organizações estão cooperando com a confecção de equipamentos de proteção.
O trabalho não tem sido fácil, diante de todas as restrições impostas, principalmente de locomoção. Chegar em quem precisa de ajuda é ainda mais complicado durante a pandemia.