A China afirma ter sido prudente e condita na decisão de impor tarifas sobre a cevada importada da Austrália. O governo chinês alega direito antidumping, diante do suposto subsídio australiano ao grão. As informações são da Bloomberg.
O ministro do Comércio da China, Zhong Shan, afirmou nesta segunda (25) que o país descobriu que a Austrália teria subsidiado o grão. Por isso, teria prejudicado produtores chineses. A tarifa antidumping de 73,6% e uma taxa anti-subsídio de 6,9% foram impostas no último dia 19.
O governo australiano nega a alegação. Segundo o ministro do Comércio da Austrália, Simon Birmingham, a decisão da China de impor a tarifa contra o país parece estar baseada em uma avaliação inadequada.
O apelo da Austrália por uma investigação independente sobre a origem do surto do novo coronavírus agravou a tensão entre os dois países. O embaixador chinês chegou a afirmar que a situação poderia levar a um boicote ao vinho e à carne australiana.
As tarifas impostas à cevada e a proibição da exportação de carne bovina de quatro frigoríficos australianos aumentou o debate sobre a medida ser uma punição da China para o pedido de investigação.
Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês justificou a proibição da importação ao afirmar que era uma medida de segurança e saúde. Ele negou a hipótese de retaliação.
A relação entre os dois países vem piorando nos últimos anos. A Austrália afirma que a intromissão de Beijing no governo, na mídia e no sistema educacional australianos foi um catalisador para as leis contra interferência estrangeira de 2018.
Assim como os Estados Unidos, a Austrália proibiu a empresa chinesa Huawei Technologies de desenvolver sua rede 5G.