A China vai impor uma lei para encerrar e punir atos considerados “lesivos à segurança nacional”, o que na prática limitaria a liberdade dos cidadãos de Hong Kong de protestar.
O anúncio foi feito nesta sexta (22), durante o Congresso do Povo, cerimônia de abertura do Parlamento chinês. As informações são do jornal “South China Morning Post“, de Hong Kong.
Para Beijing, o território de Hong Kong estaria sendo usado como “base de infiltração” de forças estrangeiras por conta dos protestos anti-governo que vem ocorrendo por ali.
Os oficiais do governo chinês, afirmou o jornal, já “estão sem paciência”. Veem a lei como forma de “banir secessão, interferência estrangeira e terrorismo na cidade“.
A justificativa do governo central é a de “oferecer melhor proteção à segurança da vida e da propriedade para a vasta maioria da população de Hong Kong”.
A lei deve ser votada no último dia da sessão anual do Parlamento, que termina na próxima quinta (28).
Sanções
Senadores norte-americanos estudam uma proposta de lei bipartidária que imporia sanções a funcionários do governo chinês e entidades envolvidas com a nova lei, informou o “The Wall Street Journal“.
Também seriam punidos bancos e empresas que tenham negócios com os sancionados. A proposta é dos senadores Chris van Hollen, democrata de Maryland, e Pat Toomey, republicano da Pensilvânia.
A comunidade internacional no Ocidente vê com imensas ressalvas propostas de “leis de segurança nacional” no território de Hong Kong.
Ex-colônia britânica, Hong Kong foi devolvida à China em 1997 sob a promessa de “um país, dois sistemas”. A autonomia do território é fundamental para potências ocidentais, como os EUA.
Na última semana, o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo afirmou que acompanha “de perto o que está acontecendo lá”.