Colapso da saúde pode matar seis mil crianças por dia, diz Unicef

Estimativa da Unicef usa pesquisa da Johns Hopkins, nos EUA, e analisa 128 países de renda baixa e média

Na terça (12), o Unicef (Fundo da Nações Unidas para a Infância) afirmou que a pandemia está se tornando rapidamente uma crise dos direitos da criança. Segundo o fundo, se não forem tomadas medidas preventivas, mais de seis mil crianças menores de cinco anos podem morrer por dia.

A estimativa é baseada em uma análise feita por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica “Lancet”.

O Unicef se baseou no pior dos três cenários apresentado na pesquisa e fez uma análise de 118 países de baixa e média renda. A previsão aponta para 1,2 milhão de mortes apenas nos próximos seis meses, por conta da redução nos atendimentos de saúde de rotina.

Colapso da saúde pode matar seis mil crianças por dia, diz Unicef
Criança é atendida em hospital da ONU em Malakal, no Sudão (Foto: UN Photo)

Além disso, 56,7 mil mortes maternas também podem ocorrer durante o mesmo período. De acordo com a diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, esse pode ser o pior aumento para mortes de crianças abaixo de cinco anos em décadas.

O acesso a serviços essenciais, como imunização de rotina, já foi prejudicado para milhões de crianças em todo o mundo. Segundo o Unicef, 77% de crianças abaixo de 18 anos vivem em um dos 132 países com restrições de movimentação por causa do coronavírus.

Entre os jovens inseridos em grupos de vulnerabilidade, o fechamento das escolas e o isolamento podem acarretar em graves impactos psicossociais e à saúde mental. Também pode aumentar o risco de situações de violência ou negligência.

Meninas e mulheres são mais afetadas, assim como crianças refugiadas, migrantes e descoladas em seus próprios países.

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