Com crise, trabalhadores domésticos etíopes não conseguem sair do Líbano

Muitos empregadores abandonaram trabalhadores por não terem dinheiro para pagar salários

Dezenas de trabalhadores domésticos se reuniram em frente ao consulado da Etiópia em Beirute, no Líbano, no último dia 4, para pedir voos de volta para casa. A informação é da agência de notícias Associated Press.

Muitos desses trabalhadores estão presos no Líbano, sem conseguir voltar para casa. Seus empregadores os abandonaram e afirmaram não terem mais condições de pagarem seus salários.

Um dos trabalhadores ouvidos pela reportagem está no Líbano há sete anos e seus patrões recentemente o deixaram em frente ao consulado. “Estão nos despejando como lixo”, disse à AP.

Com crise, trabalhadores domésticos etíopes não conseguem sair do Líbano
Trabalhadores etíopes transportados pelo governo do Líbano (Foto: Lamia Douaihy/Twitter)

Há cerca de 180 mil trabalhadores domésticos no Líbano, a maioria deles mulheres vindas da Etiópia. Essas pessoas estão em situações cada vez mais vulneráveis diante da crise econômica no país. Os libaneses já viviam forte recessão, agravada pela pandemia do novo coronavírus.

O Ministério do Trabalho disponibilizou um ônibus no último dia 3 para que cerca de 35 mulheres fossem levadas a um hotel, após passarem o dia na rua com seus pertences. O governo oferecerá abrigo até que elas possam voltar para casa.

O aeroporto internacional de Beirute estava fechado desde meados de março, após o governo impor medidas de restrição para evitar a disseminação do Covid-19.

A ministra Lamia Douaihy afirmou que irá tomar as medidas necessárias contra os empregadores que cometerem “violações humanitárias”.

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