Libaneses correram para os mercados para estocar alimentos e itens básicos horas antes do governo restabelecer a quarentena em todo o país, nesta quarta (13). Houve no país um surto de novas infecções pelo novo coronavírus. As informações são da agência de notícias Associated Press.
O governo do Líbano pediu para que a população ficasse em casa por quatro dias a partir da tarde desta quarta até a manhã da próxima segunda (18). Nas últimas semanas, o governo já flexibilizava as restrições impostas em meados de março.
A nova quarentena obrigatória surge enquanto muitos países começam a retirar as medidas de restrição. Isso apesar das sérias preocupações com uma diminuição precipitada do isolamento, como alertou a OMS.
Muitas regiões do mundo registraram aumento nas infecções após a liberação. É o caso de Wuhan, a cidade chinesa onde surgiu o surto do coronavírus. O mesmo aconteceu na Coreia do Sul e no Iraque.
Restaurantes tiveram de fechar, após retorno parcial há dez dias. As orações comunitárias de sextas-feiras nas mesquitas também serão interrompidas, apenas uma semana após a volta.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o país registrou 878 casos da doença e 26 mortes até esta quarta.
Crise
A pandemia acontece durante um período turbulento no Líbano. O país enfrenta uma crise econômica sem precedentes, pressionando uma população que vê suas economias se esgotarem.
A moeda do país, ligada a uma taxa fixa do dólar desde 1997, perdeu 60% de seu valor em poucas semanas. O desemprego vinha subindo antes mesmo da pandemia, por causa de uma queda no crescimento econômico e de investimentos.
As autoridades do Líbano afirma que 45% da população vive em situação de pobreza atualmente. O governo recorreu ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e as negociações começaram nesta quarta.