Com pandemia, número de turistas em todo o mundo deve cair até 80% em 2020

Coronavírus trouxe a pior crise já enfrentada pelo setor do turismo desde o início da série histórica, em 1950, diz ONU

O número de turistas que transitam por todo o mundo deve cair entre 60% e 80% neste ano, ante 2019, devido a pandemia do novo coronavírus. A estimativa foi divulgada nesta quinta (7) pela OMT (Organização Mundial do Turismo), ligada à ONU.

De acordo com o relatório, só no primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 22%. Em março, a queda foi de 57%, traduzindo-se em uma perda de cerca de US$ 80 bilhões em receitas, segundo a OMT.

A organização aponta que essa é a pior crise já enfrentada pelo setor de turismo desde que os dados começaram a ser registrados, em 1950.

A Icao (Organização da Aviação Civil Internacional) já havia alertado que o número de passageiros internacionais poderia cair em cerca de 1,2 bilhão até setembro de 2020.

A situação é vista com preocupação pela OMT, já que o setor de turismo é responsável pela geração de milhões de empregos em todo o mundo. Esse é um dos setores mais impactados pela pandemia, que levou à restrição de viagens em inúmeros países.

Pista do aeroporto de Palm Springs, na Califórnia, EUA (Foto: Wikimedia Commons)

Possíveis cenários

Desde o início da pandemia, a OMT vem recalculando os dados em relação ao setor de turismo e considerando diferentes resultados, de acordo com a reabertura das fronteiras.

Se a reabertura começar em julho, a queda seria de 58%. Em setembro, a expectativa é de baixa de 70% no fluxo de turistas. Caso aconteça apenas em dezembro, o tombo será de 78%, de acordo com os modelos da OMT.

Diante desses cenários, as perdas de receita podem variar entre US$ 910 bilhões e US$ 1,2 trilhão. Deixariam de transitar entre os países de 850 milhões a 1,1 bilhão de pessoas. Já os empregos perdidos poderiam variar entre 100 e 120 milhões.

Recuperação

Especialistas da OMT apontam para uma recuperação mais rápida para o turismo doméstico, em comparação ao internacional.

A organização acredita ainda que a África e o Oriente Médio devem se recuperar ainda no fim deste ano. Em um panorama global, a maioria espera ver sinais de recuperação sobretudo em 2021.

Com base em crises anteriores, a expectativa é de que as viagens de lazer se recuperem mais rapidamente, especialmente aquelas para visitas de parentes e amigos, do que viagens de negócios.

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