Crianças enfrentam fome e escassez de ajuda humanitária no Iêmen

Mais 30 mil crianças podem passar fome nos próximos seis meses; Unicef precisa de US$ 54,5 milhões até agosto

Milhões de crianças no Iêmen podem enfrentar fome porque há pouco financiamento de ajuda humanitária no país, segundo novo relatório divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) nesta sexta (26).

A pandemia do novo coronavírus agravou ainda mais a situação no país, que sofre com uma guerra civil há cinco anos. O sistema de saúde – já frágil antes da guerra – está sobrecarregado, com apenas metade das instalações médicas funcionando.

Segundo o relatório, mais 30 mil crianças podem sofrer com a desnutrição aguda grave nos próximos seis meses. O total de crianças de menos de cinco anos com subnutrição pode chegar a 2,4 milhões.

Crianças enfrentam fome e escassez de ajuda humanitária no Iêmen
Criança no Iêmen (Foto: Mark Lowcock/Twitter)

Além disso, 6,6 mil crianças menores de cinco anos podem morrer de causas evitáveis até o fim do ano. Cerca de 9,5 milhões de crianças não têm acesso integral à água potável, saneamento ou higiene, o que aumenta os riscos de contaminação pelo coronavírus.

Com o fechamento das escolas, 7,8 milhões de jovens estão sem acesso à educação. O agravamento da crise econômica no país e a ausência generalizada nas salas de aula pode aumentar ainda mais o risco das crianças serem usadas para o trabalho infantil, alerta o Unicef.

Há ainda a preocupação em relação ao recrutamento por grupos armados. A ONU registrou 3,4 mil crianças recrutadas e utilizadas por essas organizações nos últimos cinco anos.

Segundo o Unicef, a menos que US$ 54,5 milhões sejam destinados a nutrição e saúde até o fim de agosto, até um milhão de jovens não receberão suplementos vitais para sua nutrição e 500 mil mães grávidas e lactantes perderão o apoio nutricional.

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