Milhões de crianças no Iêmen podem enfrentar fome porque há pouco financiamento de ajuda humanitária no país, segundo novo relatório divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) nesta sexta (26).
A pandemia do novo coronavírus agravou ainda mais a situação no país, que sofre com uma guerra civil há cinco anos. O sistema de saúde – já frágil antes da guerra – está sobrecarregado, com apenas metade das instalações médicas funcionando.
Segundo o relatório, mais 30 mil crianças podem sofrer com a desnutrição aguda grave nos próximos seis meses. O total de crianças de menos de cinco anos com subnutrição pode chegar a 2,4 milhões.
Além disso, 6,6 mil crianças menores de cinco anos podem morrer de causas evitáveis até o fim do ano. Cerca de 9,5 milhões de crianças não têm acesso integral à água potável, saneamento ou higiene, o que aumenta os riscos de contaminação pelo coronavírus.
Com o fechamento das escolas, 7,8 milhões de jovens estão sem acesso à educação. O agravamento da crise econômica no país e a ausência generalizada nas salas de aula pode aumentar ainda mais o risco das crianças serem usadas para o trabalho infantil, alerta o Unicef.
Há ainda a preocupação em relação ao recrutamento por grupos armados. A ONU registrou 3,4 mil crianças recrutadas e utilizadas por essas organizações nos últimos cinco anos.
Segundo o Unicef, a menos que US$ 54,5 milhões sejam destinados a nutrição e saúde até o fim de agosto, até um milhão de jovens não receberão suplementos vitais para sua nutrição e 500 mil mães grávidas e lactantes perderão o apoio nutricional.