Cerca de 80 milhões de crianças correm o risco de contraírem doenças que podem ser prevenidas por meio da vacinação, como difteria, sarampo e poliomielite.
Por causa da pandemia do novo coronavírus, desde março, as imunizações de rotina estão interrompidas em escala global. A informação é de agências da ONU e da aliança para vacinação GAVI.
Os dados apontam que ao menos 68 países tiveram a vacinação prejudicada, entre 129 nações que enviaram suas informações. A interrupção pode afetar cerca de 80 milhões de crianças com menos de um ano.
Entre os países com problemas, foram relatadas suspensão total ou interrupções de moderadas a graves na imunização.
“A interrupção dos programas de imunização ameaça anular décadas de progresso contra doenças preveníveis por vacinas”, afirmou o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Os motivos para falta de vacinação são diversos, como restrições de viagem, atraso no transporte das vacinas, relutância de alguns pais saírem de casa diante do medo de infecção e a falta de profissionais de saúde disponíveis e equipamentos de proteção.
Campanhas interrompidas
Diversos países suspenderam temporariamente suas campanhas de vacinação para doenças como cólera, sarampo, meningite, poliomielite, tétano, febre tifoide e febre amarela.
As justificativas são o risco de infecção pelo coronavírus e a necessidade de manter as medidas de isolamento social. As campanhas contra o sarampo e a poliomielite foram as mais afetadas, suspensas em 27 e 38 países, respectivamente.
A diretora-executiva do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Henrietta Fore, declarou que as imunizações devem ser retomadas o mais rápido possível ou há possibilidade de um novo surto mortal, além da pandemia do Covid-19.