Japoneses estão entre os que mais desaprovam políticas anti-Covid locais

Os alemães manifestaram maior aprovação da liderança enquanto britânicos perdem a paciência com Johnson

O japonês Shinzo Abe é um dos líderes mundiais que sofre mais grave desconfiança da população desde o início da pandemia do novo coronavírus. O número de pessoas que desaprovam as políticas anti-Covid criadas pelo governo é 34% maior do que aqueles que confiam em Abe.

A situação é oposta para alemã Angela Merkel. Lá, o saldo entre aprovação e desaprovação da líder é positivo em 42%. Merkel é uma das poucas líderes, diz a pesquisa da consultoria Kekst CNC, cuja administração é aprovada nos âmbitos econômico e sanitário.

No Reino Unido, a conduta do premiê Boris Johnson após a contaminação e uma breve temporada na UTI (unidade de terapia intensiva) auxiliou sua popularidade.

Japoneses estão entre os que mais desaprovam políticas anti-Covid locais
O premiê japonês, Shinzo Abe, em reunião na sede da ONU em Nova York, em setembro de 2016 (Foto: UN Photo/Amanda Voisard)

Mas a boa vontade dos britânicos com Johnson já se dissipou, segundo o levantamento. Para 67%, “o governo inventa coisas à medida em que acontecem”. Já 64% acham que Londres levantou o lockdown cedo demais.

O serviço de saúde universal britânico NHS, que inspirou o SUS brasileiro, tem avaliação inversa, com apoio de 85% dos consultados.

Medo e subnotificação

A pesquisa também observou que as pessoas já esperam ter de viver com o novo coronavírus por muito tempo e há medo de novas ondas de contaminação.

A maioria também vê subnotificação de casos, inclusive de mortes. Entre as políticas públicas anti-Covid mais populares estão o uso obrigatório de máscaras em público. A exceção é a Suécia: 14% afirmaram usar a proteção.

O levantamento consultou mil pessoas no Reino Unido, na Suécia, na Alemanha, na França e no Japão. Os dados foram coletados em quatro “ondas”, entre o final de março e meados de julho.

A margem de erro é de cerca de 3,3% pontos percentuais, para mais ou para menos.

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