O japonês Shinzo Abe é um dos líderes mundiais que sofre mais grave desconfiança da população desde o início da pandemia do novo coronavírus. O número de pessoas que desaprovam as políticas anti-Covid criadas pelo governo é 34% maior do que aqueles que confiam em Abe.
A situação é oposta para alemã Angela Merkel. Lá, o saldo entre aprovação e desaprovação da líder é positivo em 42%. Merkel é uma das poucas líderes, diz a pesquisa da consultoria Kekst CNC, cuja administração é aprovada nos âmbitos econômico e sanitário.
No Reino Unido, a conduta do premiê Boris Johnson após a contaminação e uma breve temporada na UTI (unidade de terapia intensiva) auxiliou sua popularidade.
Mas a boa vontade dos britânicos com Johnson já se dissipou, segundo o levantamento. Para 67%, “o governo inventa coisas à medida em que acontecem”. Já 64% acham que Londres levantou o lockdown cedo demais.
O serviço de saúde universal britânico NHS, que inspirou o SUS brasileiro, tem avaliação inversa, com apoio de 85% dos consultados.
Medo e subnotificação
A pesquisa também observou que as pessoas já esperam ter de viver com o novo coronavírus por muito tempo e há medo de novas ondas de contaminação.
A maioria também vê subnotificação de casos, inclusive de mortes. Entre as políticas públicas anti-Covid mais populares estão o uso obrigatório de máscaras em público. A exceção é a Suécia: 14% afirmaram usar a proteção.
O levantamento consultou mil pessoas no Reino Unido, na Suécia, na Alemanha, na França e no Japão. Os dados foram coletados em quatro “ondas”, entre o final de março e meados de julho.
A margem de erro é de cerca de 3,3% pontos percentuais, para mais ou para menos.