OMS: Mundo pode ter tido 1,2 milhão de mortes por Covid-19 não registradas em 2020

Relatório aponta que índice de contágio pelo coronavírus pode ter sido até três vezes maior

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONUNews, da Organização das Nações Unidas

Estimativas preliminares sugerem que o número total de mortes atribuíveis à pandemia de Covid-19 no mundo até o final de 2020 seja de pelo menos 3 milhões – 1,2 milhão a mais que o número relatado oficialmente, de 1,8 milhão. 

A informação consta do novo relatório anual Estatísticas da Saúde Mundial, publicado na sexta (21) pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Segundo o relatório, os atuais 3,4 milhões de óbitos relatados à OMS são provavelmente uma subnotificação significativa, com números reais pelo menos 2 a 3 vezes maiores. 

OMS: Mundo pode ter tido 1,2 milhão mortes por Covid-19 não registradas em 2020
Paciente com Covid-19 recebendo oxigênio na Índia, maio de 2021 (Foto: Unicef/Amerjeet Singh)

Depois dos cálculos globais e regionais de excesso de mortalidade, a agência deverá publicar estimativas individuais para cada país ainda neste ano. 

O relatório afirma que a Covid-19 representa grandes ameaças à saúde em todo o mundo e impede o progresso no cumprimento dos ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e das metas do chamado “triplo bilhão”. 

Estas metas pretendem que mais de 1 bilhão de pessoas tenham cobertura universal de saúde, mais de 1 bilhão estejam protegidas contra emergências de saúde e outro bilhão desfrutem de melhor saúde e bem-estar. 

Maior risco 

 Com 90% dos países relatando interrupções em serviços essenciais de saúde e 3% das famílias gastando mais de 25% de seu orçamento com cuidados médicos em 2015, o objetivo de cobertura universal enfrenta agora mais desafios.  

A crise também teve um maior impacto em populações vulneráveis, com aqueles que vivem em ambientes superlotados em maior risco. 

A OMS alerta ainda para a falta de dados desagregados, como diferenciação entre homens e mulheres. Apenas 51% dos países incluem dados deste tipo em suas estatísticas. 

A pesquisa apresenta os dados mais recentes sobre mais de 50 ODSs relacionados à saúde. A expectativa de vida global aumentou de 66,8 anos em 2000 para 73,3 anos em 2019. Já a expectativa de vida saudável passou de 58,3 para 63,7 anos. 

Tabaco 

Os maiores ganhos estão sendo obtidos em países de baixa renda, principalmente devido às rápidas reduções na mortalidade infantil e nas doenças transmissíveis. 

O consumo global de tabaco caiu 33% desde 2000, mas a obesidade adulta está aumentando. Em 2016, até um quarto das pessoas em países de alta renda estavam obesas. As doenças crônicas representaram agora sete das 10 causas de morte em todo o mundo.  

A OMS também anunciou uma nova parceria com a Microsoft e a Avanade para desenvolver um novo e moderno centro de informação sobre saúde, que deve melhorar o acesso, agilizar processos e fornecer estes dados como um bem público. 

Tags: