ONU: Acordo facilita envio de 400 milhões de vacinas à África

Aquisição das doses contra a Covid-19 deve impulsionar recuperação econômica e driblar crise de saúde no continente

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

A África vai adquirir um total de 220 milhões de vacinas contra a Covid-19 da Companhia Johnson e Johnson, podendo encomendar ainda 180 milhões de doses adicionais. 

A União Africana chegou a um acordo com a Farmacêutica Americana, em 28 de março, através da Iniciativa Confiança de Aquisição da Vacina Africana, Avatt.

A Comissão Econômica da ONU para África, ECA apoiou o processo de negociações. A OMS (Organização Mundial da Saúde), assegurou o papel de consultoria e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) vai atuar como Agente de Compras e Logística. 

ONU: Acordo facilita envio de 400 milhões de vacinas à África
Agente de saúde administra dose da AstraZeneca em hospital de Uganda, março de 2021 (Foto: Unicef/Adrian Musinguzi)

A maior parte do fornecimento será produzido na África do Sul, operado por Aspen Pharma. A Plataforma Africana de Suprimentos Médicos será a responsável pelo envio e distribuição de vacinas na África em 18 meses.

A parceria foi viabilizada através de um desembolso de US$ 2 bilhões do Banco Africano de Importação e Exportação, Afreximbank, que atuou também como Consultor Financeiro e de Transações, Fiador, Consultor e Agente de pagamento.

Objetivo Continental 

Antes da conclusão do acordo, os Estados-membros da União Africana foram orientados a fazer pedido antecipado de vacina e a preferência de muitos recaiu sobre a Johnson e Johnson, que é de dose única. 

Os países poderão comprar vacinas usando dinheiro vivo, ou a facilidade da Afreximbank e a maioria dos países já completaram as encomendas.

A aquisição direta e envio de vacinas à África, através da iniciativa Avatt, é parte do objetivo continental para alcançar um mínimo de 60% de imunização da população Africana, por forma a eliminar a Covid-19, destaca a nota, salientando que a meta está alinhada a alvos estabelecidos em regiões como Europa e Estados Unidos. 

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que liderou a estratégia e aquisição da vacina Covid-19 durante a sua gestão como presidente da União Africana e o presidente da Avatt deram boas-vindas ao “acordo histórico”.

Ramaphosa considerou o acordo um marco significativo em proteger a saúde dos Africanos e uma poderosa demonstração da unidade Africana. Para ele, o feito revela o que é possível alcançar com a parceria público-privada e as instituições internacionais que colocam a pessoa em primeiro lugar.

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Remessas de vacinas contra a Covid-19 chegam em Juba, Sudão do Sul, via iniciativa Covax, em 24 de março de 2021 (Foto: Unicef/Jok Solomon)

Parceria Covax

Por seu turno, o Presidente da Afreximbank, Benedict Oramah mostrou-se satisfeito com a associação do Banco ao esforço coletivo, e honrado com a oportunidade para facilitar a transação num mercado de vacinas cada vez mais apertado. 

A nota indica que o financiamento vai ajudar o Comercio Interafricano e realça que já está em andamento compromissos com parceiros financeiros para assegurar o financiamento que facilitaria a aquisição das 180 milhões de doses adicionais caso África estivesse interessada.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África recomendou a União Africana a imunização de pelo menos 750 milhões de Africanos, equivalente a 60% da sua população para conter a propagação do vírus. Esta transação vai permitir o continente cobrir quase metade deste objetivo. A Comunidade Doadora Internacional alocou 27% para a África através da parceria Covax.

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