ONU: Covax já distribuiu mais de 20 milhões de doses à Covid-19 em 20 países

Iniciativa deve levar mais 14,4 milhões de doses a 31 nações; OMS busca alternativas para ampliar acesso

Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

Covax distribuiu mais de 20 milhões de doses de vacina em 20 países. Na próxima semana, entregará 14,4 milhões a mais 31 nações, elevando o número total para 51. 

Conforme o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, esta foi uma semana marcante para a inciativa Covax, após o início das vacinações em Gana e na Costa do Marfim

Além desses dois países, a Covax já entregou as vacinas a Angola, Camboja, Colômbia, República Democrática do Congo, Gâmbia, Índia, Quênia, Lesoto, Malaui, Mali, Moldávia, Nigéria, Filipinas, Coreia do Sul, Ruanda, Senegal, Sudão e Uganda. 

ONU: Covax já distribuiu mais de 20 milhões de doses contra Covid-19 em 20 países
Carregamento de vacinas à Covid-19 da Covax no distrito de Dolakha, Nepal, em fevereiro de 2021 (Foto: Unicef/Laxmi Prasad Ngakhusi)

“Este é um progresso encorajador, mas o volume de doses distribuídas pela Covax ainda é relativamente pequeno”, disse Tedros. A primeira rodada cobre entre 2% e 3% da população. 

Para o chefe da OMS, uma das principais prioridades é aumentar a ambição e ajudar a acabar com a pandemia. “Isso significa uma ação urgente para aumentar a produção”, apontou o chefe da OMS.

Barreiras e soluções 

O diretor-geral destacou várias barreiras para aumentar a velocidade e o volume da produção, desde proibições de exportação até escassez de matérias-primas, mas informou que a OMS está trabalhando em quatro soluções.  

A primeira abordagem é conectar as empresas que estão produzindo vacinas com outras empresas que têm capacidade excessiva de produção. Na última semana a Johnson & Johnson e Merck anunciaram um acordo para que a Merck ajude nas fases finais de produção.

A segunda proposta é a transferência de tecnologia, por meio do licenciamento voluntário das empresas que detém as patentes para que outra companhia possa produzi-las. 

Um exemplo é a AstraZeneca. A farmacêutica transferiu a tecnologia de sua vacina para a SKBio, na Coreia do Sul, e para o Serum Institute of India, que está produzindo essas vacinas para a Covax. 

A terceira abordagem é a transferência de tecnologia. O passo deve envolver universidades e fabricantes aptos a licenciar suas vacinas para outras empresas por meio de um mecanismo global coordenado pela OMS.  

“Este mecanismo aumentaria a capacidade de produção não apenas para esta pandemia, mas para futuras epidemias e para a produção de vacinas em programas de imunização de rotina”, disse.

A OMS já usou essa solução no passado. Durante a crise da gripe H5N1, nos anos 2000, a agência apoiou a transferência de tecnologia para a produção de vacinas para 14 países. Isso aumentou a capacidade global em mais de 700 milhões de doses. 

Propriedade intelectual 

Outra proposta é que muitos países com capacidade de fabricação poderiam produzir suas vacinas através da liberação dos direitos de propriedade intelectual.

África do Sul e a Índia já fizeram uma proposta sobre o tema. Os países pediram que a OMC (Organização Mundial de Comércio) aprove uma isenção de patentes de produtos médicos para Covid-19 até o fim da pandemia. 

Na próxima semana, a OMS e outros parceiros da Covax irão se reunir com governos e a indústria para identificar problemas na produção da vacina e a melhor forma de resolvê-los.  

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