Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
A Covax distribuiu mais de 20 milhões de doses de vacina em 20 países. Na próxima semana, entregará 14,4 milhões a mais 31 nações, elevando o número total para 51.
Conforme o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, esta foi uma semana marcante para a inciativa Covax, após o início das vacinações em Gana e na Costa do Marfim.
Além desses dois países, a Covax já entregou as vacinas a Angola, Camboja, Colômbia, República Democrática do Congo, Gâmbia, Índia, Quênia, Lesoto, Malaui, Mali, Moldávia, Nigéria, Filipinas, Coreia do Sul, Ruanda, Senegal, Sudão e Uganda.
“Este é um progresso encorajador, mas o volume de doses distribuídas pela Covax ainda é relativamente pequeno”, disse Tedros. A primeira rodada cobre entre 2% e 3% da população.
Para o chefe da OMS, uma das principais prioridades é aumentar a ambição e ajudar a acabar com a pandemia. “Isso significa uma ação urgente para aumentar a produção”, apontou o chefe da OMS.
Barreiras e soluções
O diretor-geral destacou várias barreiras para aumentar a velocidade e o volume da produção, desde proibições de exportação até escassez de matérias-primas, mas informou que a OMS está trabalhando em quatro soluções.
A primeira abordagem é conectar as empresas que estão produzindo vacinas com outras empresas que têm capacidade excessiva de produção. Na última semana a Johnson & Johnson e Merck anunciaram um acordo para que a Merck ajude nas fases finais de produção.
A segunda proposta é a transferência de tecnologia, por meio do licenciamento voluntário das empresas que detém as patentes para que outra companhia possa produzi-las.
Um exemplo é a AstraZeneca. A farmacêutica transferiu a tecnologia de sua vacina para a SKBio, na Coreia do Sul, e para o Serum Institute of India, que está produzindo essas vacinas para a Covax.
A terceira abordagem é a transferência de tecnologia. O passo deve envolver universidades e fabricantes aptos a licenciar suas vacinas para outras empresas por meio de um mecanismo global coordenado pela OMS.
“Este mecanismo aumentaria a capacidade de produção não apenas para esta pandemia, mas para futuras epidemias e para a produção de vacinas em programas de imunização de rotina”, disse.
A OMS já usou essa solução no passado. Durante a crise da gripe H5N1, nos anos 2000, a agência apoiou a transferência de tecnologia para a produção de vacinas para 14 países. Isso aumentou a capacidade global em mais de 700 milhões de doses.
Propriedade intelectual
Outra proposta é que muitos países com capacidade de fabricação poderiam produzir suas vacinas através da liberação dos direitos de propriedade intelectual.
A África do Sul e a Índia já fizeram uma proposta sobre o tema. Os países pediram que a OMC (Organização Mundial de Comércio) aprove uma isenção de patentes de produtos médicos para Covid-19 até o fim da pandemia.
Na próxima semana, a OMS e outros parceiros da Covax irão se reunir com governos e a indústria para identificar problemas na produção da vacina e a melhor forma de resolvê-los.