O aumento de insultos xenofóbicos dirigidos a trabalhadores migrantes no Kuwait levou o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU e o escritório das Nações Unidas no país a lançar uma campanha para combater o problema.
Esses trabalhadores, que compõem 70% da população do país do Oriente Médio, agora estão sendo culpados pela propagação do novo coronavírus no território.
Até esta quinta (9), o Kuwait registrou 52 mil casos confirmados da doença e 379 óbitos, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
As recomendações dos órgãos da ONU têm sido acolhidos pelas autoridades. Em um discurso na televisão nacional, o emir Sabah Al-Ahmad Al-Jaber Al-Sabah enfatizou a necessidade de curar as divisões e abordar a desinformação.
Desemprego e deportação
Por causa dos impactos econômicos causados pelo coronavírus, muitos trabalhadores migrantes perderam o emprego. Como já chegam no país sem recursos, torna-se ainda mais fácil cruzar a linha da pobreza.
Segundo a ONU, grandes somas de dinheiro foram arrecadadas para auxiliar esses migrantes. Muitos kuwaitianos também ajudaram, doando alimentos aos afetados pela crise de saúde global.
Outra consequência do desemprego para esses trabalhadores é a perda da permissão para permanecer no país, levando à deportação.